Agricultores da Bélgica organizaram, na última terça-feira, 30, um protesto contra as normas ambientais impostas pela União Europeia ().
Em entrevista à TV RFI, o vice-presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores da França (FNSEA), Patrick Bénézit, criticou as medidas estabelecidas pelo governo belga. De acordo com o sindicalista, a legislação estipula que dezenas de milhares de toneladas de carne bovina poderão entrar em território belga “sem nenhuma condição de normas, sem reciprocidade”.
Os agricultores alegam que não há reciprocidade dos países que compõem a União Europeia. Por isso, decidiram bloquear as estradas que dão acesso ao Porto de Zeebrugge, no norte do país. A região portuária é uma das principais da Europa.
Agricultores da Bélgica se juntaram aos franceses nos protestos
Os belgas se juntaram aos franceses, que também reclamam contra a UE e contra o governo de Emmanuel Macron. Os protestos na França continuaram mesmo depois de o governo abandonar os planos de redução gradual dos subsídios estatais ao diesel.
“Decidimos prosseguir o nosso movimento”, disse Arnaud Rousseau, líder do sindicato dos agricultores da França, ao canal de televisão francês TF1Info. “O primeiro-ministro não respondeu a todas as nossas perguntas.”
Os agricultores espanhóis e os italianos disseram que também se juntariam ao movimento. Cerca de mil trabalhadores da Itália planejam participar de manifestações em Bruxelas, capital da Bélgica, na próxima quinta-feira, 1º.
Agricultores dos países que pertencem ao bloco da UE afirmam que não estão sendo pagos suficientemente bem. Eles também reclamam dos impostos e das regras ecológicas que limitam seus trabalhos na lavoura. Além disso, há uma queixa da concorrência desleal de países que não pertencem ao bloco.
“Se continuarmos assim, o fim da agricultura vai significar o fim da civilização”, disse o agricultor belga Adelin Desmecht, de 28 anos, durante o protesto. Ele também culpou o excesso de regulamentação e a burocracia no setor.
Fonte: revistaoeste