O principal suspeito pelo desaparecimento da menina britânica Madeleine McCann, há quase 17 anos, vai ser julgado na Alemanha por outros crimes. As audiências vão começar a partir da próxima sexta-feira, 16.
O alemão, identificado pelo tribunal como Christian Bruecker, foi indicado em 2020 como o principal suspeito pelo desaparecimento de Madeleine. A garota britânica despareceu em maio de 2007, em meio às férias da família em Lagos, em Portugal.
O indiciamento no caso abriu caminhos para novas investigações de crimes sexuais contra Bruecker. Ele é acusado de cometer estupros entre os anos de 2000 e 2017, também em Portugal.
Entre as provas usadas contra ele estão os depoimentos de testemunhas e cadernos apreendidos em sua casa.
O porta-voz da promotoria que analisa o caso, Christian Wolters, disse à agência de notícias que, “sem a investigação do caso Madeleine, estes supostos crimes não viriam à tona”.
Ainda de acordo com Wolters, as notas manuscritas dão uma ideia das “fantasias sexuais” do acusado.
O caso Madeleine McCann
O caso Madeleine McCann ganhou repercussão mundial a partir de 2007. Naquele ano, ela desapareceu na Praia da Luz, localizada em Lagos, na região do Algarve, extremo sul de Portugal. À época, a menina tinha 3 anos. Ela nunca mais foi encontrada.
Bruecker cumpre, atualmente, uma pena de sete anos de prisão na Alemanha. Ele é acusado de estuprar, em 2005, uma norte-americana, então com 72 anos. O crime foi cometido na Praia da Luz, a mesma localidade onde Madeleine foi vista pela última vez.
Além disso, o alemão é suspeito de abusar sexualmente de uma alemã de 10 anos, em abril de 2007. O crime aconteceu meses antes do desaparecimento de Madeleine. Outra acusação contra ele é por exibicionismo a uma menina portuguesa de 11 anos, em um parque infantil.
Bruecker também vai ser julgado pelos estupros de uma mulher de 70 anos. Na ocasião, ela foi amarrada e espancada em seu apartamento. Outras acusações de abusos envolvem uma menina de 14 anos e outra de 20. A última teve sua casa invadida pela varanda.
O advogado do acusado, Friedrich Fülscher, afirmou que o seu cliente optou por permanecer em silêncio.
“Garantir um processo justo será a maior dificuldade”, disse o advogado, à AFP. “As condenações do acusado pela imprensa não têm precedentes.”
Fonte: revistaoeste