O presidente da França, Emmanuel Macron, vai se encontrar com os líderes de ambas as casas do Parlamento nesta segunda-feira, 3, enquanto os protestos no país pela morte de um jovem pela polícia diminuem de intensidade. Durante cinco dias, milhares de pessoas foram presas em manifestações marcadas por violência.
No domingo 2, de acordo com o Ministério do Interior, a polícia fez 49 prisões em todo o país. O número representa uma queda significativa em relação às 719 prisões do sábado 1, e 1.300 na sexta-feira 30.
Macron também vai se reunir com com os prefeitos de 220 vilas e cidades afetadas pelos protestos nesta terça-feira, 4. O presidente deveria viajar para a Alemanha no último domingo para uma visita de Estado, mas a viagem foi cancelada para a realização de uma reunião sobre a crise com seu gabinete.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, confirmou a morte de um bombeiro de 24 anos, enquanto combatia um incêndio em um estacionamento subterrâneo no subúrbio parisiense de Saint-Denis, depois que vários veículos foram queimados. Os bombeiros informaram que uma investigação está em andamento para determinar se a morte está relacionada à onda de distúrbios.
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A violência nas cidades francesas diminuiu depois de um apelo da avó de Nahel M., o jovem de 17 anos morto durante uma blitz de trânsito na última terça-feira 27. Segundo ela, os manifestantes, a maioria menores de idade, estavam “usando Nahel como desculpa” para gerar tumultos.
“Parem os tumultos, parem de destruir”, disse Nadia à emissora francesa BFMTV. “Eu digo isso para aqueles que estão se rebelando: não quebrem janelas, não ataquem escolas e ônibus. Parem. São as mães que pegam esses ônibus.”
No último sábado, manifestantes colocaram fogo em um carro na casa de Vincent Jeanbrun, prefeito de L’Haÿ-les-Roses, a 15 quilômetros de Paris, de madrugada, enquanto sua família estava dormindo. Jeanbrun estava na prefeitura no momento do ataque, mas sua esposa e um de seus dois filhos (de 5 e 7 anos), ficaram feridos durante a fuga. A esposa do prefeito quebrou a perna.
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Em visita a L’Haÿ-les-Roses no domingo, a primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, denunciou o “ataque intolerável” e prometeu que os responsáveis não ficariam impunes. Além disso, o promotor regional Stephane Hardouin abriu uma investigação de tentativa de homicídio sobre o caso.
Manifestantes também invadiram o jardim de outro prefeito, em La Riche, nos arredores da cidade de Tours, e tentaram colocar fogo em seu carro. Políticos de todos os partidos expressaram indignação com os ataques.
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Mais de 3 mil pessoas foram detidas desde terça-feira, após o destacamento de 45 mil policiais em todo o país para conter os protestos. No fim de semana, o ministro do Interior disse que a força policial implementada permaneceria a mesma.
“Evidentemente houve menos danos, mas continuaremos mobilizados nos próximos dias. Estamos muito focados; ninguém está reivindicando vitória”, disse Laurent Nunez, chefe da polícia de Paris.
Fonte: Veja