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Presidente da Ucrânia, Zelensky, se dirige à cúpula do G7 com destaque para as relações entre Índia e Brasil.

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, decidiu viajar pessoalmente à cidade de Hiroshima, no Japão, para a cúpula do G7 que acontece neste fim de semana, de acordo com fontes citadas por veículos ocidentais como CNN, New York Times e Financial Times. O mandatário iria participar do evento apenas por videoconferência, depois de convite feito pelo anfitrião, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e deve comparecer na sessão de domingo, 21, do encontro das sete maiores economias do mundo.

A presença inesperada e não anunciada visa fortalecer a determinação ocidental em apoiar a Ucrânia e conquistar outros participantes não pertencentes ao G7 que estão como convidados na cúpula, incluindo Índia e Brasil, de acordo com fontes ouvidas pelo Financial Times.

À CNN, uma das fontes afirmou que a decisão foi uma adição tardia para acomodar a atual programação de viagens de Zelensky, que participa nesta sexta-feira, 19, da cúpula da Liga Árabe em Jeddah, na Arábia Saudita.

A presença do presidente ucraniano pode complicar esforços do premiê japonês para garantir que a cúpula, primeira realizada na Ásia em sete anos, não seja focada apenas na guerra na Ucrânia. Embora o tópico estivesse previsto, a ideia era debater também questões de segurança na região do Indo-Pacífico,

Espera-se que Zelensky redobre os esforços para garantir maior apoio militar de aliados ocidentais, incluindo suprimentos de caças F-16 fabricados nos EUA, que exigem a bênção de Washington, de acordo com o Financial Times. Ele também deve discutir os esforços para promover seu plano de paz de 10 pontos para acabar com a guerra, que exige uma retirada total da Rússia e a restauração da integridade territorial da Ucrânia.

Tanto o líder indiano, Narendra Modi, quanto o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, já conversaram por telefone com Zelensky. Na ocasião, em março, o petista reafirmou “o desejo do Brasil de conversar com outros países e participar de qualquer iniciativa em torno da construção de paz e do diálogo”.

No início deste mês, o ex-chanceler e assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim se reuniu em Kiev com Zelensky e outras autoridades o do alto escalão ucraniano. O objetivo da viagem era que o brasileiro ouvisse “quais são as principais exigências do governo ucraniano para dar início a negociações de paz”, segundo o Planalto. Ao mesmo tempo, o encontro tinha objetivo de reforçar “a intenção do governo brasileiro de facilitar processos que estabeleçam negociações pela paz na região” abalada pelo conflito com a Rússia, que segue desde fevereiro do ano passado.

Embora o Brasil tenha votado para condenar a invasão russa nas Nações Unidas em março, Lula sempre foi ambivalente sobre o conflito, ao mesmo tempo em que tenta colocar o país como um possível mediador ao conflito. Em janeiro, durante uma visita do chanceler alemão, Olaf Scholz, Lula se recusou a fornecer munições para tanques de guerra, que a Alemanha ia enviar para o campo de batalha na Ucrânia, para evitar “se meter na briga e se queimar”.

Recentemente, ele sugeriu que a Ucrânia deveria considerar abrir mão da Crimeia para concretizar um acordo de paz e, em uma coletiva de imprensa no sábado 15, disse que os Estados Unidos e a Europa prolongam e encorajam a guerra na Ucrânia.

No Brasil, a abordagem da guerra na Ucrânia é vista como parte de uma longa tradição de neutralidade da política externa. Em um mundo altamente polarizado e muito diferente do que era nos dois primeiros mandatos de Lula, contudo, ser imparcial tem um preço cada vez mais alto.

Fonte: Veja

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