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Premiê grego retoma a liderança nas eleições, buscando evitar coalizão e convocando novo voto.

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O partido Nova Democracia, que atualmente governa a Grécia, obteve uma vitória esmagadora nas eleições parlamentares deste domingo 21. Ainda assim, não conseguiu a maioria absoluta dos assentos do Parlamento, e o vitorioso primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis cogita convocar uma nova votação de modo a não ter que criar uma coalizão para formar governo.

Com mais de 99% dos votos apurados, o partido de centro-direita de Mitsotakis superou todas as expectativas ao obter mais de 40% dos votos, resultado que ele descreveu como um “terremoto político”. Sua principal oposição, o partido de centro-esquerda Syriza, de Alexis Tsipras, sofreu grandes perdas, ficando em segundo lugar com pouco mais de 20% dos votos.

Mas Mitsotakis não obteve votos suficientes para garantir um governo de partido único. Nesta segunda-feira, 22, ele disse que rejeitará o mandato para formar um governo de coalizão, esperando por uma nova eleição até o final de junho.

A votação foi realizada sob um novo sistema de representação proporcional, que exige um limite de cerca de 45%.

“Pretendo devolver o mandato para negociações de coalizão esta tarde”, disse Mitsotakis durante uma reunião com a presidente grega Katerina Sakellaropoulou, acrescentando que espera um segundo turno das eleições em 25 de junho. Mitsotakis disse que a mensagem das eleições de domingo foi “absolutamente clara” e que o país “precisa de um governo forte e estável”.

A segunda rodada será realizada sob regras diferentes, exigindo que o partido vencedor obtenha apenas 37% dos votos.

“Sem dúvida, o terremoto político que ocorreu hoje pede a todos nós que aceleremos o processo para uma solução governamental definitiva, para que nosso país possa ter uma mão experiente no comando o mais rápido possível”, declarou Mitsotakis a apoiadores do lado de fora sede do partido em Atenas, após sua vitória.

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Os gregos foram às urnas com a economia e a crise do custo de vida no topo de suas prioridades – e o partido Nova Democracia concorreu com a bandeira da bem-sucedida recuperação econômica desde que chegou ao poder em 2019. Mitsotakis se apresentou como um par de mãos seguras para impulsionar ainda mais o crescimento grego.

A economia do país passou por uma reviravolta impressionante na última década e agora está prestes a retornar ao antigo grau de investimentos no mercado global, pela primeira vez desde que perdeu o acesso ao mercado durante a crise econômica de 2010. Uma crise financeira apertada ao longo da última década viu o PIB do país ser reduzido em um quarto e os salários e aposentadorias severamente reduzidos, levando milhares à pobreza.

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No entanto, grande parte da população ainda não se beneficiou da recuperação econômica e continua a lutar contra a alta inflação.

As eleições também ocorreram à sombra de um escândalo de escutas telefônicas. O governo foi acusado de espionar políticos e jornalistas da oposição, levantando temores sobre uma ameaça ao estado de direito. A turbulência, apelidada de “Watergate Grego”, forçou uma série de demissões no alto escalão do governo.

Um golpe ainda mais severo para a imagem do governo veio na forma de um acidente de trem que matou 57 pessoas em fevereiro, muitas delas estudantes universitários.

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Mesmo assim, o partido de Mitsotakis foi vitorioso e o feito deve se repetir na próxima votação. O cenário mais provável é que um governo provisório seja empossado e o partido Nova Democracia obtenha, depois, a maioria sob um sistema de bónus que beneficia a legenda vencedora, concedendo-lhe um bónus de até 50 lugares no parlamento.

Segundo analistas, muitos gregos já estavam, inclusive, levando uma segunda votação em consideração, e por isso escolheram votar no domingo em partidos menores, como forma de protesto contra o establishment político. Na próxima eleição, espera-se que eles se unam aos principais partidos e favoreçam a sigla governista.

Fonte: Veja

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