O democrata Raphael Warnock venceu, nesta quarta-feira, 7, o segundo turno do Senado da Geórgia, garantindo seu primeiro mandato completo e conquistando a 51ª cadeira para reforçar a maioria de seu partido na casa mais alta do legislativo.
Warnock ficou aproximadamente 40 mil votos à frente de Walker, segundo a Associated Press.
“Depois de uma campanha árdua – ou devo dizer campanhas – é minha honra pronunciar as quatro palavras mais poderosas já ditas em uma democracia: o povo falou”, disse.
Um dos 12 filhos de um pai que também era pastor, como ele, e uma mãe que colhia algodão, Warnock refletiu sobre a improbabilidade de seu caminho para o Senado.
“Eu sou a Geórgia”, disse Warnock. “Sou um exemplo e uma iteração de sua história, de sua dor e promessa, de brutalidade e possibilidade. Mas porque este são os Estados Unidos, porque sempre temos um caminho para tornar nosso país maior contra probabilidades indescritíveis, aqui estamos juntos.”
O presidente Joe Biden ligou para Warnock para parabenizá-lo, descrevendo sua vitória como uma derrota do extremismo republicano e da filosofia MAGA “Make America Great Again” (“Faça da América Grande Novamente”) do ex-presidente Donald Trump.
“Esta noite, os eleitores da Geórgia defenderam nossa democracia, rejeitaram o Ultra MAGAismo e, o mais importante: enviaram um bom homem de volta ao Senado”, disse o presidente no Twitter.
Walker reconheceu a derrota, agradecendo aos funcionários eleitorais que garantiram que o segundo turno fosse eficaz e acalmando as preocupações de que ele poderia se recusar a aceitar o resultado.
“Não quero que nenhum de vocês pare de acreditar na América”, disse Walker a seus apoiadores. “Sempre, sempre vote, não importa o que esteja acontecendo.”
A derrota de Walker ocorreu um mês após as eleições nacionais de meio de mandato, quando nem ele nem Warnock conseguiram apoio suficiente para vencer de imediato, exigindo assim o segundo turno. Esta foi apenas a mais recente de uma série de disputas acirradas na Geórgia, refletindo uma mudança de status de um estado seguramente republicano para um swing state (que costuma variar na escolha).
A derrota de Walker provavelmente intensificará questionamentos sobre a posição de Trump no Partido Republicano. No geral, os candidatos endossados pelo ex-presidente se saíram mal nesta temporada eleitoral, e alguns dos críticos sugeriram que ele levou seu partido a um radicalismo impopular.
O fracasso de Walker será particularmente preocupante para Trump, visto que os republicanos venceram outras corridas importantes em todo o estado na Geórgia. Dois desses candidatos, o governador em exercício, Brian Kemp, e o secretário de Estado, Brad Raffensperger, foram deserdados por Trump por se recusarem a ajudar a reverter os resultados eleitorais de 2020.
Alguns líderes de direita sugeriram, ainda, que o resultado do segundo turno levantou dúvidas sobre as esperanças de Trump de reconquistar a Casa Branca, depois que ele anunciou sua terceira candidatura presidencial consecutiva no mês passado.
Fonte: Veja
