Sem informar os motivos, o papa Francisco ordenou nesta quinta-feira, 15, que o arcebispo Georg Gaenswein, que atuou como assessor e secretário particular do papa Bento XVI até a sua renúncia, deixe as instalações do Vaticano e retorne à Alemanha até o final deste mês. O comunicado foi divulgado em meio a rumores da existência de conflitos pessoais entre o pontífice e o alemão desde 2020.
A decisão incomum deixa uma sensação de expulsão, já que o alemão de 66 anos ainda é considerado um membro jovem para os padrões etários da Igreja Católica. A idade média de aposentadoria de bispos é de 75 anos. Sucinto, o informe de quatro linhas do portal vatican news indica que o católico voltará “por enquanto à sua diocese de origem, Freiburg, a partir de 1º de julho próximo”, com base no comunicado da Santa Sé.
Poderoso por mais de uma década, Gaenswein arruma as malas em direção ao seu Estado natal sem uma nova designação de cargo, apesar das especulações da imprensa católica sobre o seu futuro no setor diplomático de algum país.
+ Ser pontífice é vitalício e renúncia não deve virar ‘moda’, diz Francisco
Bento XVI, que faleceu em dezembro do ano passado, foi o primeiro pontífice a renunciar em mais de 600 anos. Próximo a ocupar o cargo, Francisco criticou a escolha de abdicar das funções da Igreja Católica, classificando a aposentadoria opcional como uma “moda” em potencial.
“Acredito que o ministério papal deve ser vitalício. Não vejo razão para que não seja assim, a tradição histórica é importante. Se, em vez disso, dermos ouvidos a fofocas, teremos que mudar de papa a cada seis meses”, disse no início deste ano.
Em janeiro, poucas horas após o enterro de Bento, uma série de jornalistas receberam uma cópia do livro Nada Além da Verdade – Minha Vida ao Lado de Bento XVI, escrito por Gaenswein. Os relatos do alemão sobre as tensões internas do Vaticano desgastaram ainda mais as já abaladas relações entre o arcebispo e Francisco.
Fonte: Veja