Grupos de palestinos na Faixa de Gaza criticaram o Hamas por não conseguir pôr fim à guerra com Israel, que teve início em 7 de outubro.
Umm Ala, de 67 anos, que foi deslocada duas vezes durante mais de oito meses de conflito, afirmou ao jornal The Times of Israel que o Hamas conduziu o povo palestino a uma guerra de aniquilação. Ela agora está refugiada em Khan Younis, no sul de Gaza.
“Se os líderes do Hamas estivessem interessados em acabar com a guerra e acabar com o sofrimento do povo palestino, teriam concordado com um acordo”, disse ela.
Israel avalia cessar-fogo
Uma trégua de uma semana em novembro de 2023 resultou na libertação de mais de 105 reféns civis em Gaza e 240 prisioneiros palestinos em Israel. No entanto, outras tentativas de cessar-fogo falharam.
Mediadores dos Estados Unidos, do Egito e do Catar estão novamente em negociações com Israel e Hamas, para finalizar um acordo de cessar-fogo e a libertação de reféns.
Habitantes de Gaza culpam o Hamas, que tomou o poder em 2007, pela destruição causada pela guerra. Abu Eyad, de 55 anos, do norte de Gaza, criticou o grupo: “O Hamas zombou de nós, da nossa dor e da destruição das nossas vidas”.
Abu Eyad, cujos três filhos vivem com parentes diferentes, criticou os líderes do Hamas no Catar, incluindo Ismail Haniyeh. Ela disse que esses líderes estavam “dormindo confortavelmente, comendo e bebendo”.
Mediadores internacionais
A guerra em Gaza começou depois do ataque do Hamas em 7 de outubro, quando cerca de 3 mil terroristas atravessaram a fronteira com Israel e mataram 1,2 mil pessoas e fizeram 251 reféns, a maioria civis. Israel lançou um ataque militar em larga escala para destruir o Hamas e libertar os reféns.
Washington está empenhado em um novo um acordo, delineado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em 31 de maio. Contudo, ainda não conseguiu sucesso.
O Hamas respondeu à última proposta de paz na quarta-feira 12, com a finalidade de alterar os termos e de insistir em uma retirada militar israelense total de Gaza.
Maioria apoia ataques a Israel
Abu Shaker, de 35 anos, disse o seguinte: “Estamos cansados, mortos e destruídos. As nossas tragédias são incontáveis. O que você está esperando? O que você quer? A guerra deve acabar a qualquer custo. Não podemos mais suportar isso”.
Apesar das críticas, uma pesquisa em Gaza e na Cisjordânia mostrou que o Hamas é a força política mais popular, com 40% de preferência, seguido por 20% da Fatah.
A pesquisa do Centro Palestino para Pesquisas Políticas e Pesquisas divulgada na quarta-feira também mostrou que 73% dos palestinos na Cisjordânia e 57% em Gaza ainda apoiam o ataque de 7 de outubro, embora com um ligeiro declínio em relação a três meses atrás.
No início de maio, o Hamas afirmou aceitar um cessar-fogo do Egito e do Catar e uma proposta de libertação de reféns, o que provocou comemorações em Gaza. No entanto, Israel disse que os termos do Hamas não atendiam aos requisitos essenciais, e os EUA afirmaram que o grupo havia apresentado uma contraproposta.
Desespero dos habitantes de Gaza
Agora, os habitantes de Gaza estão desesperados e querem o fim do conflito. Umm Shadi, de 50 anos, apelou ao Hamas para acabar imediatamente com a guerra, sem tentar controlar e governar Gaza.
“O que ganhamos com essa guerra, exceto matança, destruição, extermínio e fome?”, perguntou. “Todos os dias a guerra em Gaza aumenta. A nossa dor e a dor do povo aumenta. O que o Hamas está esperando?”
Fonte: revistaoeste