António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), afirmou que a invasão da Ucrânia por parte da Rússia “desencadeou a maior violação dos direitos humanos que conhecemos hoje”. A declaração foi feita na abertura da 52ª sessão do Conselho de Direitos Humanos (CDH), nesta segunda-feira, 27.
Guterres também declarou que retrocedemos, “ao invés de seguir com o progresso” em termos de direitos humanos e desenvolvimento. O secretário-geral da ONU defendeu um “novo impulso” para evitar nova violação de direitos humanos durante o conflito.
Volker Türk, comissário da ONU, alertou para o retorno do “velho autoritarismo” e das “guerras de agressão destrutivas, de uma época passada e com consequências mundiais”, em referência ao que chamou de “invasão sem sentido da Ucrânia por parte da Rússia”.
O conflito ucraniano e a situação no Irã, Síria, Nicarágua, Haiti e Etiópia estarão no centro dos debates. Ao final da sessão, acontecerá uma votação sobre a continuidade dos trabalhos dos investigadores do CDH na Rússia. A equipe apresentará seu primeiro relatório em 20 de março. Em setembro de 2022, os especialistas já mencionavam possíveis crimes de guerra.
Durante a Conferência sobre Segurança Global, em Munique, que ocorreu em fevereiro, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, já havia denunciado “crimes contra a humanidade” cometidos pela Rússia. Kamala, na ocasião, avaliou as ações da Rússia como “bárbaras e desumanas”, principalmente o massacre contra civis em Bucha.
“No caso das ações da Rússia na Ucrânia, examinamos as evidências, conhecemos os padrões legais e não há dúvida: são crimes contra a humanidade”, alegou Kamala. “E digo a todos aqueles que perpetraram esses crimes e aos seus superiores que são cúmplices desses crimes: vocês serão responsabilizados.” Os líderes ocidentais reuniram-se em Munique para avaliar o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, considerado o pior desde a Segunda Guerra Mundial.
Fonte: revistaoeste