Sophia @princesinhamt
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O papel das mulheres na monarquia influencia seu futuro e Kate está preparada para garantir seu fortalecimento.

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Ver a nova princesa de Gales entrar em Westminster com elegância, beleza e autoconfiança deu um certo aperto no coração dos saudosistas: ela assumiu perfeitamente o papel que deveria ter sido de Diana, a sogra cujo anel de noivado prometeu nunca tirar do dedo quando foi anunciado o casamento com William, o herdeiro do trono que o pai assumiu cerimonialmente hoje. 

Diana deveria estar sendo coroada hoje, suspiram os admiradores mais fieis. Na falta dela. Kate é uma espécie de avatar. O vestido marfim da grife Alexander McQueen, o manto azul  da Ordem Vitoriana e a novidade, tendo tantas opções de joias verdadeiras, da tiara floral de fios prateados, combinando com o modelo mais simples da filha, Charlotte, criaram uma imagem de realeza – e beleza – que tem um enorme poder de influenciar a opinião pública.

Mesmo sem o carisma – inexplicável, como todos os fenômenos desse grupo – de Diana, Kate faz o público vibrar: é linda, veste-se como se espera de uma princesa, cria três filhos pequenos a perfeição e está mais à vontade do que nunca no papel que a vida lhe reservou e ela incorporou sem dramas. Tem um marido com quem dá risada em compromissos públicos mais descontraídos – e de quem também dá risada em situações engraçadas. Não existe garantia maior de que um casamento vai bem do que isso.

Kate e William são os membros mais populares da família real, ele com 61% de aprovação na pesquisa mais recente, ela com 59%, empatada com a tia do marido, Anne, em tudo o seu oposto: usa roupas esquisitas e cabelo de trinta anos atrás, nada de maquiagem e sem uma única concessão a gestos populistas como tirar selfies (os príncipes de Gales conformaram-se com os pedidos da plebe). Por causa do burburinho em torno da coroação, a popularidade de Charles subiu para 52%. Camilla, apesar de todo esforço de relações públicas, tem 38%: ter sido a “outra”, a que infernizou Diana, ainda está muito cravado na psique coletiva, principalmente das mulheres.

E são as mulheres as mais entusiásticas defensoras da monarquia. Basta uma caminhada entre as barracas da turma que acampou para ver a comitiva real passar hoje. São, maciçamente, mulheres, de cidades do interior – os londrinos figuram entre as populações mais contrárias à monarquia – com um ou outro marido aqui e ali. O público gay também está representado. Quem pode apreciar mais joias e vestidos fabulosos, palácios de sonho, produções elaboradas e um exército, literalmente, de militares bonitões?

As pesquisas também indicam que as mulheres apoiam mais a manutenção do regime, com um monarca que é muito mais do que um chefe de estado, encarnando também um elo com uma história contínua de mais de mil anos.

Depois da incomparável matriarca, Elizabeth II, muito da sutil ligação entre Charles, definitivamente sem charme, e o povão está nas mãos das mulheres. 

E não só na Inglaterra. O festival de reis e rainhas que baixou, ontem em Buckingham, hoje em Westminster, mostrou que as cônjuges, têm um excepcional poder de atração em comparação com os maridos. Quem não gosta de ver mulheres lindas, chiques, bem vestidas – inteiramente, e sem vastas partes do corpo descobertas, como agora acontece em todos os tapetes vermelhos plebeus.

Letícia da Espanha, Máxima da Holanda, Mary da Dinamarca, Rania da Jordânia, entre outras, são todas plebeias, como Kate, que se tornaram rainhas numa época em que os reis, já dotados apenas de poder simbólico, não precisam mais fazer casamentos dinásticos ou, obrigatoriamente, com mulheres de casas reais, um processo em que princesas eram leiloadas como moeda de troca.

Casaram-se, portanto, por amor, como nas novelas, e de modo geral está dando certo. A única com cara de infeliz, como sempre, é Charlene de Mônaco, a ex-nadadora olímpica que viveu um longo colapso emocional isolada na África do Sul, sem país natal, durante a pandemia e, ao voltar, internada numa clínica na Suíça.

O casamento mais errado dessa história recente foi realmente o de Charles e Diana. Ele sentia pressão para produzir logo um herdeiro, estava com dor de cotovelo desde que Camilla tinha se casado com Andrew Parker Bowles e achou que a jovem da aristocracia seria moldável às necessidades da vida real, com ele no lugar principal. Diana tinha apenas 19 anos, vinha de uma família desfeita em que o pai batia na mãe, começou a sofrer de bulimia depois do noivado e, mesmo sem querer, se tornou uma concorrente do marido, uma beldade pela qual o país e os paparazzi se apaixonaram.

Kate namorou William durante dez anos e quando se casou, aos 29, já sabia muito bem as funções que teria que desempenhar. Tem feito isso com graça e alegria, sentimentos facilmente “lidos” em sua linguagem corporal pelo público. Não deixou vazar nem uma única reação aos vexames a que foi submetida pela cunhada, Meghan, que a acusou de fazê-la chorar na véspera do casamento. Bem, talvez uma fonte aqui ou ali tenha confidenciado que foi o contrário, quem chorou foi Kate. 

A “guerra das duquesas” ficou para trás e a presença solitária e isolada, na terceira fila, de Harry, para quem no passado a cunhada era como uma irmã, mostra uma situação triste, embora inteiramente provocada por ele e sua mulher e assim interpretada pela opinião pública: o príncipe que largou a família e Meghan hoje têm popularidade na faixa dos 20%. Uma fonte “garantida” da Spectator afirmou que, excepcionalmente, a própria rainha Elizabeth disse pouco antes de morrer que o casamento do neto tinha sido uma “catástrofe” e que Meghan era figura “maligna”.

Uma das maiores garantias de que Kate um dia vai ser coroada com a preciosidade colocada na cabeça de Camilla hoje, ou alguma outra coroa dos cofres reais, vem da própria princesa plebeia, filha de uma aeromoça e um controlador de voo que ficaram multimilionários vendendo kits para festas infantis.

O dia hoje foi de Charles e Camilla, mas o futuro é de Kate e William.

Fonte: Veja

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