Um ataque armado na cidade portuária de Guayaquil deixou ao menos oito mortos e outras oito pessoas feridas neste sábado, 30, marcando um nova onda de terror no . Em apenas dois dias, a escalada da violência contabilizou mais de 15 mortos.
Segundo a polícia, vários homens armados a bordo de um veículo abriram fogo contra um grupo de pessoas por volta das 18h55 pelo horário local (16h55 pelo horário de Brasília).
Duas vítimas morreram no local, e as outras chegaram a ser levadas com vida para o hospital mas não resistiram aos ferimentos.
Segundo as autoridades, os feridos estão sob proteção policial.
Traficantes mataram turistas
Há dois dias, o Equador registrou outro massacre quando cinco turistas foram sequestrados e mortos no balneário de Ayampe, a 120 quilômetros Guayaquil, por cerca de 20 traficantes de drogas que invadiram o hotel onde eles estavam.
De acordo com a polícia, os criminosos confundiram os turistas com membros de uma gangue rival.
Depois de se solidarizar com as famílias das vítimas, o presidente do Equador, Daniel Noboa, escreveu no Twitter/X que os traficantes não iriam intimidá-los.
“Isso é um sinal claro de que o narcoterrorismo e seus aliados estão procurando espaços para nos aterrorizar”, afirmou Noboa, “mas eles não terão sucesso”.
Também na sexta-feira Santa, quatro pessoas, incluindo um oficial militar, foram mortas a tiros na cidade de Manta, a 100 quilômetros de Ayampe.
Taxa de homicídios quadruplicou
Anteriormente considerado um bastião de paz na América Latina, o Equador foi mergulhado em crise após anos de expansão de cartéis transnacionais que usam seus portos para enviar drogas para os Estados Unidos e Europa.
O país está sob o domínio de facções criminosas. A taxa de homicídios passou de 6 por 100 mil habitantes em 2018 para o recorde de 43 por 100 mil em 2023.
Ha uma semana, no domingo, 24, a prefeita da cidade costeira de San Vicente, Brigitte Garcia, de apenas 27 anos, foi encontrada morta a tiros junto com o diretor de comunicações do município, Jairo Loor.
Na quarta-feira, 27, uma rebelião em uma prisão de Guayaquil deixou três presos mortos e seis feridos.
Estado de emergência
Em janeiro, Noboa impôs estado de emergência e declarou que o país estava em situação de “guerra” contra gangues, depois de uma onda de violência desencadeada com a fuga da prisão do líder do grupo Los Choneros, Adolfo Macias, conhecido como Fito.
Desde então, o exército foi colocado nas ruas e assumiu o controle das prisões do país. No ano passado, um recorde de 220 toneladas de drogas foram apreendidas.
Nos últimos anos, a série de rebeliões no Equador deixou cerca de 460 pessoas mortas.
Fonte: revistaoeste