A China aprovou nesta sexta-feira, 31, a nova data da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Pequim. O Palácio do Planalto recebeu a confirmação da chancelaria chinesa e começou a planejar a visita entre os dias 11 e 14 de abril.
A viagem de Lula à China estava marcada para o último sábado, 25, mas foi adiada após o presidente brasileiro ser diagnosticado com uma pneumonia leve.
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Nesta semana, Brasília manifestou interesse nas novas datas, e o governo brasileiro aguardava a agenda do presidente chinês, Xi Jinping, para poder sacramentar a ida. O encontro com o presidente chinês deve ocorrer no dia 13 ou 14 de abril, em Pequim.
A reunião bilateral e a duração da viagem ainda dependem se Lula fará uma escala em Xangai, onde fica a sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que tem como nova chefe a ex-presidente Dilma Rousseff. O NBD também é conhecido como Banco do BRICS, grupo de países em desenvolvimento formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
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Lula deve ir acompanhado de Dilma. Nomeá-la para o cargo permite que o governo petista lhe dê uma posição de prestígio que não requer confirmação do Senado – preservando o capital político do governo.
No Brasil, um dos tomadores de empréstimo mais frequentes do banco BRICS é o BNDES, o banco federal de desenvolvimento do Brasil. O banco agora é comandado por Aloizio Mercadante, que atuou no gabinete de Dilma Rousseff em três cargos diferentes.
Segundo o Itamaraty, em Pequim, estão previstas reuniões do presidente brasileiro com Xi, com o premiê chinês, Li Qiang, e com o presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji.
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“Serão tratados temas da ampla pauta bilateral, incluindo comércio, investimentos, reindustrialização, transição energética, mudança climática e paz e segurança mundial. Em Xangai, o presidente Lula visitará a sede do Novo Banco de Desenvolvimento”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores em nota.
A pauta econômica de Lula tem como base defender as relações já construídas com o maior parceiro comercial do Brasil e, eventualmente, ampliar a gama de produtos brasileiros para venda no gigante asiático. Há também 20 acordos prontos para assinatura entre os dois países, adiados junto com o cancelamento da viagem na semana passada.
Os acordos abrangem áreas diversas: saúde, agricultura, educação, finanças, indústria, ciência e tecnologia. Um dos principais se refere ao Cbers-6, primeiro satélite sino-brasileiro para monitoramento da superfície da terra, com foco em florestas.
Segundo dados do governo, a China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos em território brasileiro. Em 2022, a corrente de comércio atingiu recorde de US$ 150,5 bilhões.
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Desde que assumiu o cargo, em 1º de janeiro, Lula traçou uma agenda diplomática ambiciosa e repleta de viagens internacionais. Ele visitou a Argentina e o Uruguai em janeiro e se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na Casa Branca, em fevereiro.
Em um mundo altamente polarizado, o maior desafio do presidente é se equilibrar de forma pragmática entre as potências, colocando os interesses internacionais em primeiro lugar.
Fonte: Veja