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Nos EUA, deputados exigem que Biden revogue visto de Bolsonaro

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Dezenas de deputados do Partido Democrata dos Estados Unidos, incluindo alguns dos principais membros do comitê de relações exteriores da Câmara, enviaram uma carta ao presidente Joe Biden na quinta-feira 12, exigindo que o visto diplomático do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro seja cancelado diante da violência e depredação causadas por seus apoiadores em Brasília.

“Solicitamos que reavaliem a situação dele no país para verificar se há base legal para sua estada e revoguem qualquer visto diplomático que ele possa possuir”, diz a carta. “Os Estados Unidos não devem fornecer abrigo para ele, ou qualquer autoritário que tenha inspirado tal violência contra as instituições democráticas.”

Os democratas Joaquin Castro, do Texas, Gregory Meeks, de Nova York, Ruben Gallego, do Arizona, Chuy Garcia, de Illinois, e Susan Wild, da Pensilvânia foram os líderes do movimento para enviar a carta ao presidente americano.

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Não se sabe exatamente qual visto Bolsonaro usou para entrar nos Estados Unidos em 30 de dezembro, pouco antes do fim de seu mandato presidencial. Ele está hospedado em uma casa de veraneio do ex-lutador de MMA José Aldo, um de seus mais fiéis apoiadores, nos arredores de Orlando, Flórida.

Questionado sobre a estadia de Bolsonaro no país, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, negou-se a fornecer detalhes sobre a situação do visto do ex-presidente, citando questões de privacidade. Na segunda-feira 9, no entanto, ele disse que qualquer pessoa que entrar nos Estados Unidos com o chamado visto “A-1”, reservado para chefes de Estado em exercício, teria no máximo 30 dias para deixar o país ou ajustar seu status com o Departamento de Segurança Interna após a conclusão de seu mandato.

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Após a eleição de 30 de outubro, muitos bolsonaristas radicais alegaram que a eleição foi fraudada. Logo após o segundo turno, grupos começaram a bloquear rodovias em todo o país e a acampar do lado de fora de quartéis, exigindo uma intervenção militar para anular a eleição e manter Bolsonaro no poder. O movimento culminou no domingo 8, quando uma turba bolsonarista destruiu os prédios do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e o Palácio da Alvorada.

A carta dos deputados americanos afirma que Bolsonaro é o principal responsável pelos atos terroristas, citando suas insistentes alegações sobre a legitimidade de urnas eletrônicas e o fato de que ele nunca admitiu a derrota, nem pediu aos apoiadores que respeitassem os resultados eleitorais.

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Em vez disso, Bolsonaro e seu partido solicitaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para anular milhões de votos em 280.000 urnas eletrônicas usadas no segundo turno, alegando supostos erros que teriam dado a vitória a Lula. O pedido não explicava como erros no sistema poderiam afetar os resultados, e especialistas independentes disseram que a confiabilidade das urnas se mantinha. Alexandre de Moraes, presidente do TSE, rapidamente rejeitou o pedido e impôs uma multa de R$ 22,9 milhões ao partido pelo “esforço de má-fé”.

“O ataque ilegal e violento em 8 de janeiro contra as instituições do governo brasileiro foi construído sobre meses de invenções pré e pós-eleição do Sr. Bolsonaro e seus aliados”, disseram os deputados na carta.

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Uma carta semelhante foi enviada pelo líder da maioria no Senado, Richard Durbin, que anunciou planos para introduzir uma lei que faria com que pessoas que prejudicarem uma eleição democrática livre e justa ou uma transferência de poder pacífica e democrática no exterior sejam proibidas de obter o visto americano. Durbin apresentará a lei quando o Senado voltar do recesso.

Após o ataque, Bolsonaro disse no Twitter que protestos pacíficos fazem parte da democracia, mas destruir prédios públicos passa dos limites.

Fonte: Veja

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