Em sua campanha à presidência do Chile no ano passado, Gabriel Boric prometeu indulto a envolvidos nos atos de 2019, que deixaram 400 mortos e 30 feridos. Neste sábado, 7, ele precisou lidar com uma crise política oriunda de sua escolha. Após conceder perdão a um ex-guerrilheiro e a 12 manifestantes, no final do ano, a ministra da justiça, Marcela Ríos, e o chefe de gabinete de Boric, Matías Meza-Lopehandía, renunciaram aos cargos.
Boric aceitou as renúncias. “Reconheço que a execução da minha decisão de outorgar os indultos não foi feita da melhor forma. Quando na política acontecem situações assim, devemos assumir a responsabilidade.”, disse. A agora ex-ministra da Justiça deixou o cargo horas depois que partidos da oposição anunciaram que apresentariam denúncia constitucional a respeito dos indultos.
A concessão de 13 indultos presidenciais ocorreu em 30 de dezembro e beneficiou 12 condenados por participação nos protestos que tomaram conta do país em 2019, durante o governo do ex-presidente Sebastián Piñera, que foram motivados por uma insatisfação social com a economia. O indulto presidencial também foi concedido a um ex-integrante do grupo armado Manuel Rodríguez Frente Patriótica (FPMR), condenado por assalto a um banco em 2013.
A concessão do perdão judicial já gerou polêmica anteriormente. Em seu mandato, Piñera perdoou condenados por crimes contra a humanidade durante a ditadura de Augusto Pinochet, o que levou a protestos no Chile.
Fonte: Veja