Quase um mês depois do terremoto que atingiu a e a e matou mais de 45 mil pessoas, mais de 1.000 sobreviventes foram abrigados no Gemini, um navio luxuoso que costumava a transportar turistas ao porto de Iskenderun, na província turca de Hatay, fortemente afetada pela tragédia.
Segundo o prefeito da província, ao todo, cerca de 650 mil moradores fugiram da região desde que o terremoto, no dia 6 de fevereiro, atingiu o país. Para acolher todos os sobreviventes, o salão onde os jantares eram servidos agora é uma creche, onde crianças vasculham caixas de brinquedos doados. Já o salão de beleza foi transformado em um barbearia só para homens.
“Estamos em um sonho estranho – é assustador”, disse a New York Times a enfermeira Basak Atay, de 30 anos e sobrevivente do terremoto. Enquanto mais de 1,7 milhão de turcos precisaram se deslocar por conta da catástrofe, ela pode morar com sua família no luxuoso navio de 538 pés.
Porém, antes de encontrar um abrigo no Gemini, ela afirmou que sua família de oito pessoas precisava passar por diversos abrigos temporários como carro, barraca e hotel, ao mesmo tempo que continuava trabalhando como enfermeira.
“Eu nunca teria imaginado que estaria em um cruzeiro para lugar nenhum em um momento como este”, acrescentou Atay, que perdeu familiares e amigos nos terremotos. Assim como muitos passageiros, Atay afirmou que era sua primeira vez em um transatlântico de luxo.
O governo da Turquia, que enfrentava uma crise imobiliária antes do terremoto, precisou recorrer a uma colcha de retalhos de soluções improvisadas para ajudar os moradores que não tinham mais onde viver. Entre as medidas para resolver a crise dos deslocados, o Gemini foi considerado uma das cinco soluções flutuantes que ocupam a costa da província.
O Ministério de Energia da Turquia alugou, em dezembro, o Gemini para abrigar temporariamente a equipe na costa de Filiyos, no Mar Negro. No entanto, quando o terremoto ocorreu, o navio foi enviado à província afetada para que assim pudesse ser reaproveitado como abrigo temporário aos sobreviventes. As autoridades locais atenderam aos pedidos de embarque e alocaram cabines para pessoas com deficiência, idosos, grávidas ou com filhos pequenos.
Fonte: Veja