O presidente da Argentina, Javier Milei, demitiu 120 funcionários da Biblioteca Nacional do país. A decisão, que segue com a política liberal de enxugar a máquina pública, foi anunciada na última segunda-feira, 1º.
A medida, tomada pouco mais de cem dias do início do governo Milei, , diante de crise socioeconômica e hiperinflação. A decisão pelas dispensas, no entanto, não agradou a parte da classe artística do país.
“Não sobraram trabalhadores”, afirmou, por meio de nota, a própria Biblioteca Nacional da Argentina. No texto, a instituição denuncia um “brutal ajuste” que impacta a classe trabalhadora e beneficia “minorias empresariais”.
Um funcionário da instituição, que preferiu não se identificar, descreveu o clima como “terrível”. Ao site local , esse colaborador fala em “massacre”.
Manifesto contra demissão de professor por Milei
O professor e pesquisador Roberto Casazza está entre os mais de cem demitidos. Ele estava na Biblioteca Nacional havia 27 anos.
Casazza é doutor em humanidades pela Universidade Nacional de Rosário. Em 36 horas, uma carta que pede sua reintegração reuniu cerca de mil assinaturas de personalidades nacionais e internacionais.
“Sua demissão não tem motivo”, afirmam os signatários da carta, que não abordam o custo para para o Estado argentino em manter a estrutura da Biblioteca Nacional. “Consideramos seu trabalho profissional sólido, lúcido, de altíssima qualidade e de grande valor para nosso país.”
A carta destaca a formação de Casazza em universidades da Argentina, do Reino Unido e da Alemanha. O manifesto aborda, por fim, a posição do professor como “referência latino-americana em bibliografias dos séculos 15 ao 18”.
Fonte: revistaoeste