A líder do Reagrupamento Nacional (RN), Marine Le Pen, disse que a vitória da direita na França foi apenas adiada. Depois de largar na frente no primeiro turno, o partido dela terminou em terceiro lugar na disputa pelo comando do Parlamento do país. A sigla , a nova Frente Popular (NFP), e dos centro-esquerdistas liderados pelo presidente Emmanuel Macron.
“Tenho experiência demais para ficar desapontada com um resultado em que dobramos o nosso número de deputados”, disse Marine Le Pen ao canal de TV francês TF1. “A maré está subindo. Desta vez não subiu o suficiente, mas continua subindo e, consequentemente, nossa vitória apenas foi adiada.”
Segundo as primeiras projeções, a NPF deve obter de 172 a 215 dos 577 assentos na Assembleia Nacional. A extrema esquerda será seguida pela aliança governista, com 150 a 180 deputados. O RN e seus aliados conseguiriam entre 115 e 155 assentos — antes, o partido tinha 88.
O resultado é um revés para a direita francesa, que esperava chegar ao poder. Na semana passada, as pesquisas sugeriam que o RN poderia ter maioria absoluta, mas o cenário mudou com o pacto de Macron com a extrema esquerda. Eles retiraram os candidatos menos competitivos do segundo turno para evitar a divisão de votos, o que poderia favorecer o Reagrupamento Nacional.
“Se não fosse por esse acordo antinatural entre Macon e a extrema esquerda, o Reagrupamento Nacional teria uma maioria absoluta”, disse Marine Le Pen. “A situação é insustentável. Jean-Luc Mélenchon se tornará primeiro-ministro?”
Citado pela líder da direita, Mélenchon já foi candidato a presidente da França em três ocasiões. Político que passou décadas no Partido Socialista, ele criou, em 2008, o movimento A França Insubmissa, que encabeça a coalizão da extrema esquerda NFP.
Aliado de Marine Le Pen critica Macron
Na mesma linha, Jordan Bardella, candidato a primeiro-ministro pelo RN, pelo resultado aquém do esperado. Ele, que é aliado de Marine Le Pen, acusou o presidente Emmanuel Macron de “empurrar a França para a incerteza e a instabilidade”.
Je tiens à remercier les électeurs du RN et de ses alliés, leur constance, leur sérénité face aux caricatures.
Malheureusement, l’alliance du déshonneur entre M. Macron et M. Mélenchon jette ce soir la France dans les bras de l’extrême gauche. #Législatives2024 pic.twitter.com/9HozaCz47T
— Jordan Bardella (@J_Bardella) July 7, 2024
Com o resultado da boca de urna, que aponta vitória da Nova Frente Popular, embora sem maioria absoluta, Mélenchon reivindicou que o presidente Emmanuel Macron deve convocar a extrema esquerda a formar o governo.
O primeiro-ministro Gabriel Attal, aliado de Macron, na segunda-feira 8, mas que pode permanecer no cargo pelo tempo que for necessário. O Palácio do Eliseu afirma que Macron vai esperar para decidir sobre a formação do próximo governo. Com a perspectiva de um Parlamento dividido, sem que nenhum dos blocos tenha maioria absoluta, ainda não está claro quem será o primeiro-ministro da França.
Revista , com informações da Agência Estado e de agências internacionais de notícias
Fonte: revistaoeste