Manifestantes incendiaram e invadiram hotéis usados como abrigos para requerentes de asilo no norte da Inglaterra no domingo, 4, durante a maior agitação social do país em anos. Os protestos começaram na terça-feira 30 depois depois do assassinato de três meninas em Southport, no noroeste da Inglaterra, no início da semana.
Bebe King, de 6 anos; Elsie Dot Stancombe, de 7 anos; e Alice Dasilva Aguiar, de 9 anos, foram atingidas com facadas e não resistiram aos ferimentos. Ao todo 11 pessoas foram feridas com golpes de faca durante uma aula de dança na segunda-feira 29.
Segundo a BBC, o assassino se chama Axel Rudakubana e tem 17 anos.
A imprensa britânica afirma que ativistas contrários à imigração na Inglaterra teriam divulgado a informação de que Axel Rudakubana era de um imigrante e ligado a grupos terroristas islâmicos. Mas ele teria nascido na Grã-Bretanha, segundo a BBC e outros veículos de imprensa.
Essa informação falsa sobre a nacionalidade de Rudakubana teria motivado os violentos protestos e o incêndio em um hotel utilizado por imigrantes. Mais de 150 pessoas foram presas até agora.
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Hotéis no norte da Inglaterra foram vandalizados e incendiados
Imagens geolocalizadas pela cnn mostram manifestantes vandalizando e incendiando dois hotéis no norte da Inglaterra: um em Tamworth, criticado por abrigar requerentes de asilo, e outro em Rotherham.
Em Tamworth, manifestantes lançaram projéteis, quebraram janelas e incendiaram locais, insultando um policial, segundo autoridades locais. Em Rotherham, manifestantes usaram tábuas de madeira e extintores de incêndio contra policiais, incendiaram objetos perto do hotel e quebraram janelas, relatou a polícia.
O hotel em Rotherham estava “cheio de residentes e funcionários aterrorizados”, afirmou o chefe assistente Lindsey Butterfield.
Primeiro-ministro britânico condena protestos: ‘Banditismo de extrema direita’
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, condenou os protestos violentos do fim de semana, que resultaram na prisão de pelo menos 147 pessoas desde a noite de sábado 3. Starmer alertou para o fato de que os envolvidos enfrentarão toda a força da lei.
“As pessoas neste país têm o direito de estar seguras, e, no entanto, vimos comunidades muçulmanas sendo alvo de ataques, outras comunidades minoritárias isoladas, saudações nazistas nas ruas, ataques à polícia, violência desenfreada juntamente com retórica racista. Portanto, não, não hesitarei em chamar isso pelo que realmente é: banditismo de extrema direita”, disse Starmer de Downing Street no domingo 4.
Referindo-se às cenas violentas em Rotherham, Starmer descreveu “gangues saqueadoras que tentam violar a lei” e destacou que os desordeiros violentos não “representam o nosso país”.
Ações do governo
O ministro da Polícia do Reino Unido afirmou que haverá uma abordagem “rápida” aos manifestantes de extrema direita que causaram distúrbios, mas descartou a necessidade de levar o Exército para as ruas
Em entrevista à BBC, Dame Diana Johnson destacou que o plano é realizar detenções e acusações rápidas, para retirar os manifestantes das ruas o mais rápido possível e evitar novos distúrbios.
A agitação violenta é a pior desde os tumultos de 2011 e representa um enorme desafio para o governo trabalhista de Keir Starmer, poucas semanas depois de assumir o poder.
No domingo 4, o Ministério do Interior do Reino Unido anunciou que as mesquitas no país receberão “maior proteção com nova segurança de emergência” devido aos recentes ataques.
Fonte: revistaoeste