A lutadora intersexual de Taiwan Lin Yu-ting derrotou a turca Esra Yildiz Kahraman, nesta quarta-feira, 7, por decisão unânime dos juízes, na semifinal da categoria até 57 kg. A disputa foi válida pelo boxe, na Olimpíada de Paris.
A vitória colocou a taiwanesa na final, em busca da medalha de ouro. Apesar de ficar com o bronze, a representante da Turquia protestou a respeito dos cromossomos da adversária e repetiu o gesto de ‘XX’, .
Another woman loses her Olympic dream. Another protest. Enough is enough #paris2024 pic.twitter.com/uPRZghPq6W
— FairPlayForWomen (@fairplaywomen) August 7, 2024
Dentro do ringue, Yildiz manteve uma postura agressiva durante todo o combate, mas não conseguiu convencer os juízes em suas pontuações. Lin, por outro lado, acertou mais golpes, fato que pesou para os juízes.
Ao ver o anúncio de sua derrota, a turca cruzou os dedos indicadores e mostrou a letra xis. O ato leva a crer que ela mostrou seus cromossomos XX, típico de mulheres, teoricamente ao contrário da intersexual Yu-ting.
Controvérsia sobre elegibilidade de gênero na Olimpíada
Lin tem sido alvo de controvérsias sobre elegibilidade de gênero, iniciadas com a desqualificação no Campeonato Mundial de Boxe da Associação Internacional de Boxe (IBA) em 2023.
Na época, o presidente da IBA afirmou que Lin e a argelina Imane Khelif foram desqualificadas por possuírem “cromossomos XY”, típicos de homens. O Comitê Olímpico Internacional manteve que Lin e Khelif são elegíveis para competir na divisão feminina e desacreditou os testes usados pela IBA na controvérsia de gênero. Khelif está na final da categoria feminina até 66 kg.
Na categoria até 66 kg, Imane Khelif, de 25 anos, enfrenta Yang Liu, da China. Elas decidem quem fica com a medalha de ouro. A luta é na próxima sexta-feira, 9, às 17h51 (de Brasília).
Já a taiwanesa Lin Yu-ting, de 28 anos, encara Julia Szeremeta, da Polônia, no sábado 10, às 16h30 (de Brasília). Ambas as atletas intersexuais estiveram na Olimpíada de Tóquio 2020, realizada em 2021, mas não conseguiram medalha.
Fonte: revistaoeste