O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi recebido pelo papa Francisco no Vaticano nesta quarta-feira, 21. O mandatário estava acompanhado da primeira-dama, Janja Silva, e terá uma aguardada conversa com o pontífice sobre paz na Europa e desigualdade social no mundo.
A reunião bilateral ocorre a portas fechadas.
Esta será a segunda reunião entre os dois desde que o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio tornou-se papa, em 2013, mas a primeira desde que o petista iniciou o terceiro mandato. O primeiro encontro, em fevereiro de 2020, ocorreu cerca de três meses depois de Lula ser solto da prisão em Curitiba, onde ficou detido entre 2018 e 2019.
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Naquela época, a reunião com o pontífice foi intermediada pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández, amigo e aliado do líder brasileiro.
Durante a transmissão do programa “Conversa com o Presidente”, Lula mencionou o primeiro encontro e disse que gostaria de agradecer a Francisco pelo apoio no contexto de sua prisão.
“De forma inequívoca, é o papa mais comprometido com o povo humilde do mundo”, elogiou Lula. “Ele, sobretudo, foi muito solidário a mim, em todos aqueles meus processos”, afirmou, fazendo referência aos trâmites da Lava-Jato.
De acordo com o petista, a reunião foi motivada por sua iniciativa e ele abordará com Francisco questões referentes à paz na Europa e à desigualdade no mundo, com foco no combate à fome e na distribuição de alimentos. No mesmo programa, Lula destacou sua pretensão de conversar com o pontífice sobre a guerra na Ucrânia.
“[O papa] está muito interessado em acabar com a guerra da Ucrânia e da Rússia. Eu também quero conversar com ele sobre essa questão da paz”, disse Lula na segunda-feira 19.
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Encontrar-se com o líder da Igreja Católica também faz parte do xadrez de Lula para destacar-se como possível mediador da guerra na Ucrânia. Ele defende a criação de um “clube de paz” de países neutros em relação ao conflito, que possam conversar tanto com Moscou quanto com Kiev. Neste ponto, converge com o Papa, cuja proposta é um cessar-fogo e volta imediata à mesa de negociações.
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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deu um banho de água fria em ambos os planos. Para ele, negociar com a Rússia só será possível depois que todos os soldados invasores deixarem o território de seu país – incluindo a Crimeia, anexada pelo Kremlin em 2014. Um cessar-fogo, segundo Zelensky, só beneficiaria a Rússia nas propostas de paz.
Fonte: Veja