O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta segunda-feira, 26, o presidente da Argentina, Alberto Fernandéz, para uma reunião bilateral em Brasília. No quarto encontro entre os líderes apenas neste ano, o petista ressaltou o marco dos 200 anos de relações diplomáticas entre as nações e condecorou o homólogo argentino e a primeira-dama Fabiola Yáñez com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul e a Ordem de Rio Branco, respectivamente.
“Ao condecorá-los com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul e a Ordem de Rio Branco, prestamos as devidas homenagens a um casal, amigos do Brasil. Ambos são representantes de uma nação pela qual nós, brasileiros, temos respeito e afeto e que nos honram nessa data tão especial. Este não é apenas mais um encontro. Completamos 200 anos de relações diplomáticas”, explicou Lula.
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A mais alta condecoração para lideranças estrangeiras, a homenagem prestada a Fernández já foi concedida a nomes como Nelson Mandela, Benjamin Netanyahu e à rainha Elizabeth II. Durante entrevista à imprensa, Lula relembrou que o país argentino foi o primeiro a celebrar a independência do Brasil, mas que “a construção de laços de confiança e a integração entre os nossos países foi tarefa de gerações”.
Retomada em janeiro deste ano, a parceria estratégica bilateral também foi alvo de debate entre os presidentes. Lula anunciou, então, um conjunto de quase 100 ações que seriam responsáveis por dar “concretude para o nosso projeto conjunto de desenvolvimento” e propôs a criação de uma moeda única para o comércio.
“Precisamos avançar nessa direção com novas e criativas soluções que permitam maior integração financeira e facilitem as nossas trocas”, afirmou. “Entre as opções está a adoção de uma moeda de referência específica para o comércio regional, que não eliminará as respectivas moedas nacionais.”
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A Argentina, que é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, foi responsável pela exportação de US$ 15,3 bilhões (cerca de 72,9 bilhões de reais) em produtos brasileiros, ao passo que as importações argentinas alcançaram a marca de US$ 13 bilhões (62 bilhões de reais), no ano passado. O petista pretende, então, dar novos passos para reforçar as relações econômicas entre os países.
“Não faz sentido que o Brasil perca espaço no mercado argentino para outros países porque esses oferecem crédito e nós, não”, defendeu. “Todo mundo tem a ganhar: as empresas, os trabalhadores brasileiros e os consumidores argentinos.”
O petista disse estar “muito satisfeito” com o financiamento do BNDES para a exportação de artigos que beneficiem a construção do gasoduto Néstor Kirchner. Na semana passada, o primeiro trecho do projeto iniciou suas operações, como indica o portal do governo brasileiro. A obra, que leva o nome de um ex-presidente argentino, une o campo de gás Vaca Muerta, em Neuquén, a Salliqueló, na província de Buenos Aires.
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O presidente argentino, por sua vez, aproveitou a ocasião para agradecer Lula pela sua atuação na Cúpula por um Novo Pacto de Financiamento Global, realizada em Paris, na semana passada, ao destacar “a assinatura na carta enviada ao Joe Biden (presidente dos Estados Unidos), que ajudou a mobilizar os demais líderes da América Latina”.
No comando do bloco até o final do ano, Fernández tratou da transição do comando temporário do Mercosul, principal tratado econômico da América Latina, e prometeu deixar “tudo organizado para passar a Presidência ao Brasil”. Além das duas nações, Paraguai e Uruguai integram o acordo.
Fonte: Veja