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Lula critica ação em Gaza durante encontro polêmico: comparou a Holocausto?

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A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no domingo 18, na qual comparou as ações de Israel em Gaza às dos nazistas e de Hitler durante o Holocausto, foi feita como convidado do primeiro-ministro Abiy Ahmed, da Etiópia, durante a 37ª Cúpula da União Africana.

Ahmed é acusado por entidades internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), de promover um genocídio e uma limpeza étnica entre 2020 e 2021 em seu país.

Em novembro de 2020, Abiy ordenou uma ofensiva militar no norte de Tigray para acabar com um conflito na região, cuja maioria é da etnia tigray.

Aliados da Eritreia, que se separou em 1993 da Etiópia, rebeldes tigray, etnia que comandou o país entre 1991 e 2018, por meio da Frente de Libertação do Povo Tigray (FLPT), se insubordinaram contra o regime de Ahmed, mantendo eleições legislativas.

A ofensiva do governo etíope, em 2021, já havia deixado milhares de mortos e mais de 2 milhões de pessoas deslocadas. Fome e doenças se somaram às inúmeras atrocidades, como assassinatos de civis, violência sexual e execuções sumárias.

Os Estados Unidos definiram abusos cometidos durante o conflito em Tigray como “limpeza étnica”, acusação negada pelas autoridades etíopes.

Nos primeiros meses, Abiy negou que civis estivessem sendo feridos ou que soldados da
Eritreia tivessem se juntado à luta. Tempos depois, ele admitiu que houve atrocidades, mas, apesar de falar em punições, nada de prático foi feito até agora, de acordo com agências humanitárias.

Uma trégua ocorreu em novembro de 2022, mas os combates recrudesceram em abril de 2023, e a situação continua tensa, com refugiados, desalojados, miséria e fome.

Seis milhões de pessoas continuam em situação de vulnerabilidade, segundo o , de Sofie Annys, T. Vandenbrempt, Emnet Negash, Lars De Sloover e Jan Nyssen, da Universidade de Gent, na Bélgica

“A intenção frequente é erradicar os combatentes em Tigray, bem como a futura geração de combatentes”, afirma o estudo.

Massacres e falta de informações do governo etíope

Abiy Ahmed, Etiópia
Primeiro-Ministro Abiy Ahmed Participa De Conferência Na Etiópia | Foto: Reprodução/Facebook

Os autores afirmam que a crise humanitária resultou em cerca de 2 milhões de pessoas internamente deslocadas em 2021. Dezenas de milhares de pessoas fugiram para o Sudão, a maior parte dessas originária de Tigray, em conflito não só causado por diferenças políticas, como também por questões étnicas.

“Foram registrados 245 massacres”, prossegue o texto. Em outro trecho, informa que “apenas 3% das vítimas conhecidas foram mortas durante bombardeios ou ataques aéreos”.

A falta de informações vindas do governo etíope também é comum na região.

“Nomes de civis que perderam a vida como resultado da guerra vêm à tona lentamente”, dizem os pesquisadores da universidade belga. Eles completam:

“O apagão de comunicação e os bloqueios na região dificultam muito a obtenção de informações verificadas; o número atual de mortos então é muito maior do que o constatado.”

Baseado em números do grupo terrorista Hamas, que acusa Israel de matar mais de 29 mil pessoas em Gaza, o que carece de confirmação, Lula definiu a situação como genocídio. Acabara de se reunir com Ahmed, que, depois de receber o Nobel da Paz em 2019, tem sido acusado de todos esses crimes de guerras.

Fonte: revistaoeste

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