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Líderes sul-americanos propõem ‘Consenso de Brasília’ sem medidas concretas para fortalecer a integração regional.

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Como resultado da Cúpula de Presidentes da América do Sul, realizada em Brasília nesta terça-feira, 30, líderes do continente assinaram um documento intitulado “Consenso de Brasília”, com nove pontos estabelecidos para “intercambiar pontos de vista e perspectivas para a cooperação e integração”.

O consenso, no entanto, indica que não houve nenhum grau de institucionalização da integração regional, ficando apenas em desejos e reafirmações da “visão comum de que a América do Sul constitui uma região de paz e cooperação, baseada no diálogo e no respeito à diversidade dos nossos povos, comprometida com a democracia e os direitos humanos”.

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Um dos tópicos prevê ainda um próximo encontro, “em data e local a serem determinados”, para repassar o andamento “das iniciativas de cooperação sul-americana e determinar os próximos passos a serem tomados”.

No campo das medidas concretas está a criação de um grupo de contato, liderado por ministros das Relações Exteriores. O grupo avaliará experiências dos mecanismos sul-americanos de integração para assim elaborar “um mapa do caminho para a integração da América do Sul, a ser submetido à consideração dos Chefes de Estado”.

O tema de direitos humanos ganhou proeminência no evento por conta da presença amplamente controversa do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e também respingou em repreensões ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta terça-feira, o chileno Gabriel Boric se juntou ao uruguaio Luis Lacalle Pou nas críticas a declarações do petista, que disse que acusações contra a ditadura venezuelana são uma questão de “narrativa”.

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“Nos alegra que a Venezuela retorne às instâncias multilaterais. Mas isso não significa fazer vista grossa. Há uma discrepância entre a realidade e as declarações do presidente Lula”, disse Boric, sendo mais direto do que Pou.

Tanto a Anistia Internacional e as Nações Unidas suspeitam que o governo venezuelano pode ter cometido crimes contra a humanidade. Segundo essas entidades, ativistas de direitos humanos, jornalistas e líderes indígenas são perseguidos no país. Estima-se que há pelo menos 300 presos políticos na Venezuela.

Participaram da reunião desta terça em Brasília os líderes Alberto Fernández (Argentina), Luís Arce (Bolívia), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Guillermo Lasso (Equador), Irfaan Ali (Guiana), Mário Abdo Benítez (Paraguai), Chan Santokhi (Suriname), Luís Lacalle Pou (Uruguai) e Nicolás Maduro (Venezuela). O Peru foi representado pelo presidente do chefe do Conselho de Ministros, Alberto Otárola, uma vez que a presidente Dina Boluarte está legalmente impedida de deixar o país.

Fonte: Veja

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