Abu Mohammed al-Jolani, líder do grupo rebelde HTS, desempenhou um papel crucial na derrubada do regime do presidente sírio Bashar al-Assad. Ele fez declarações sobre o futuro da Síria e pediu que os governos estrangeiros não se preocupassem com o que aconteceria no país.
Nesta terça-feira, 10, Al-Jolani concedeu uma entrevista à imprensa na capital síria, Damasco. Ele assegurou que a Síria “não está pronta” para outra guerra e que a nação segue em direção ao desenvolvimento e à estabilidade.
Al-Jolani afirmou que as preocupações externas sobre o futuro da Síria eram infundadas. Ele destacou que o medo, que antes rondava a nação, vinha da presença do regime de Assad. Contudo, com a queda do governo, esse temor não era mais justificável.
“O medo era da presença do regime, que agora se foi”, declarou o rebelde. “O país está caminhando para o desenvolvimento e a reconstrução. Está indo em direção à estabilidade.”
Ele também mencionou que os principais focos de medo durante o conflito eram as milícias iranianas, o Hezbollah e o regime de Assad. Segundo Al-Jolani, esses grupos foram responsáveis pelos massacres e atrocidades contra a população síria. Ele garantiu que, agora, sem a presença do regime de Bashar al-Assad, o país não estava disposto a reviver um novo ciclo de violência.
“A fonte dos nossos medos eram as milícias iranianas, o e o regime que cometeu os massacres que estamos vendo hoje”, disse Al-Jolani.
Ditador da Síria foi derrubado do poder
O regime de Bashar al-Assad foi derrubado no último domingo, 8, depois de 50 anos de poder. Grupos rebeldes tomaram Damasco, o que forçou Assad a fugir do país. Ele conseguiu asilo na Rússia.
A guerra civil síria começou em 2011, quando o regime de Assad reprimiu de forma violenta uma revolta pró-democracia. O conflito escalou com a formação do Exército Sírio Livre, um grupo rebelde que combatia as tropas do governo.
Nesse período, o Estado Islâmico também surgiu e conquistou grande parte do território sírio. A situação se agravou com a intervenção de potências regionais e mundiais, como Arábia Saudita, Irã, e . Cada uma delas tinha interesses próprios, o que resultou em uma guerra por procuração.
Depois de um acordo de cessar-fogo em 2020, os combates diminuíram, mas os confrontos continuaram em menor escala. Mais de 300 mil civis perderam a vida durante os 13 anos de guerra. Milhões de pessoas se deslocaram, e criou-se uma das maiores crises humanitárias da história recente.
Fonte: revistaoeste