O líder do Hamas no exterior, Khaled Meshaal, afirmou que o ataque terrorista realizado pelo grupo em 7 de outubro “renovou as esperanças” em destruir Israel. Ele foi entrevistado por um podcast do Kuwait na última semana.
“Para mim, a posição do Hamas, bem como a da maioria do povo palestino, especialmente depois do 7 de outubro, é de uma renovação do sonho e da esperança: Palestina, do rio ao mar, do norte ao sul”, afirmou na entrevista. “Isso até se tornou um slogan cantado nos Estados Unidos e nas capitais ocidentais, pelo público norte-americano e ocidental. ‘Do rio ao mar a Palestina será livre’.”
Meshaal se mostrou totalmente contrário à solução do conflito por meio da divisão da região em dois Estados soberanos: Israel e Palestina. Além disso, disse que alguns dos apoiadores ficaram preocupados com a eleição do Hamas na Faixa de Gaza, em 2006.
Isso porque, de acordo com Meshaal, alguns acreditavam que o Hamas poderia mudar e ser mais político. “Eles não entenderam que chegar ao poder era uma necessidade”, disse.
“Uma cobertura política e administrativa em todas as instituições palestinas nos foi oferecida. Deram à resistência uma via livre para operar. Havíamos usado nosso governo [de Gaza] para aumentar a resistência com todos esses significados — armas em produção, o planejamento, o treinamento e os túneis — enquanto a nossa retaguarda estava protegida.”
Hamas não reconhece Israel
Ele explicou que o Hamas queria governar Gaza para ser uma “autoridade governante que serviria à resistência”. O líder terrorista também chamou o Acordo de Oslo — acordo de paz firmado em 1993 entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina — de “erro”.
Para Meshaal, a existência de um Estado israelense significa que existe um “Estado prometido”, em referência à Bíblia. Ele defende, em contrapartida, a ideia de que toda a região que hoje abrange a Faixa de Gaza e o Estado de Israel se torne o Estado Palestino, sob seu comando e com a capital em Jerusalém. Para isso, ele prega o extermínio de Israel.
“Acredito que o 7 de outubro aprimorou essa convicção, estreitou esses desentendimentos e tornou a ideia de liberar palestinos do rio ao mar dentro de uma ideia realista que já começou”, comentou. “Não é algo apenas para se desejar ou esperar. Isso é parte do plano, parte da agenda, e estamos no seu limiar.”
Fonte: revistaoeste