O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, afirmou nesta terça-feira, 16, que, apesar de seu país não buscar a guerra, não pretende evitá-la, informou a mídia estatal KCNA, segundo a CNN.
Kim afirmou que sua conclusão é que a unificação com o Sul já não é possível. E pediu uma emenda constitucional para mudar o status da Coreia do Sul para um Estado separado.
O líder norte-coreano deu as declarações na Assembleia Popular Suprema, o Parlamento oficial da Coreia do Norte. Ele encerrou o discurso com a acusação de que Seul procura o colapso do seu regime e a unificação por absorção.
“Não queremos a guerra, mas não temos intenção de evitá-la.”
A CNN acrescentou que, de acordo com a imprensa estatal, três organizações que lidam com a unificação e o turismo intercoreano serão encerradas.
Crescente tensão na região
As falas e a iniciativa de Kim ocorrem em meio a uma piora das tensões na Península Coreana. Pyongyang tem realizado uma série de testes de mísseis, buscado romper décadas de política e alterar a forma como se relaciona com o Sul.
De acordo com a CNN, o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte poderia assumir as relações com Seul, segundo alguns analistas. Seria uma maneira de ajudar a justificar o uso de armas nucleares contra o Sul em uma guerra futura.
, no discurso, Kim pediu que a Coreia do Sul fosse designada como o “inimigo número um” na sua Constituição. E também afirmou que uma guerra dizimaria o vizinho e causaria uma derrota “inimaginável” aos EUA.
Para ele, segundo declarou, caso ocorra uma guerra na Península Coreana, a Constituição do país deve refletir a questão de “ocupar”, “recapturar” e “incorporar” o Sul ao seu território.
Na semana passada, o antigo funcionário do Departamento de Estado Robert Carlin e o cientista nuclear Siegfried Hecker disseram que veem a situação na Península Coreana como mais perigosa do que nunca desde o início de junho de 1950. As declarações foram escritas em uma matéria do projeto 38 Norte, baseado nos EUA.
“Isso pode parecer dramático, mas acreditamos que, tal como o seu avô, em 1950, de ir para a guerra.”
“Não sabemos quando ou como Kim planeja puxar o gatilho, mas o perigo já está muito além dos avisos de rotina em Washington, Seul e Tóquio sobre as ‘provocações’ de Pyongyang.”
Para outros observadores mais otimistas, acrescentou a CNN, tais mudanças refletem simplesmente a realidade e podem ajudar as duas Coreias a normalizarem as relações.
Fonte: revistaoeste