Na madrugada deste domingo, 3, Israel ampliou os bombardeios no sul da Faixa de gaza, onde tinha orientado os civis residentes no norte do território que buscassem refúgio.
Os militares israelenses ordenaram aos moradores da divisa entre as duas áreas a abandonar suas casas, sinal de uma possível incursão terrestre no sul. A ordem veio em meio a pedidos dos EUA para que Israel proteja os civis de Gaza, depois do colapso da trégua de uma semana com o grupo terrorista Hamas.
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A exigência se parece a ordens dadas por Israel antes de entrar no norte do enclave, no fim de outubro. Em um comunicado, as Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram que atingiram mais de 400 alvos do Hamas em Gaza, incluindo mais de 50 ataques em Khan Younis, a maior cidade do sul de Gaza, onde centenas de milhares de deslocados se abrigaram depois de terem sido instruídos a deixar o norte. O Ministério do Interior de Gaza disse que Al Qarara, uma cidade próxima, também foi atingida.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, disse em um comunicado na tarde do sábado 2 que 193 pessoas foram mortas nos bombardeios. E acrescentou que, desde os ataques terroristas do Hamas ao território israelense em 7 de outubro, mais de 15 mil pessoas morreram em Gaza, um salto acentuado em relação à contagem anterior, de mais de 13,3 mil em 20 de novembro.
Israel lançou panfletos sobre Gaza
Alguns palestinos perto de Khan Younis disseram que aviões militares israelenses lançaram panfletos, com orientações para que as pessoas buscassem abrigos na área de Rafah, uma cidade na fronteira de Gaza com o Egito.
Os folhetos, que tinham a insígnia das Forças de Defesa de Israel, declaravam Khan Younis como “uma zona de combate perigosa”.
As forças terrestres israelenses já capturaram partes do norte de Gaza, e as autoridades afirmaram durante semanas que a sua infantaria pretende dirigir-se para o sul, na direção de Khan Younis.
As aldeias do sul que receberam ordem de retirada ontem ficam entre a fronteira israelense e Khan Younis, sugerindo que as forças israelenses podem estar se preparando para avançar através delas. Entre elas estão Al Qarara, Bani Suheila, Abasan e Khuza’a.
Cerca de 1,8 milhão de habitantes de Gaza, mais de três quartos das pessoas que vivem no território, já foram deslocados pela guerra, segundo a ONU, e muitos dizem que não há mais lugar de refúgio.
Ainda assim, no início da tarde de ontem, multidões de residentes de Al Qarara começaram a fugir para o sul, alguns deles deslocados pela segunda vez desde o início da guerra.
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Também ontem, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, declarou que os EUA se opõem à realocação forçada de residentes de Gaza para o Egito ou para campos de refugiados fora do enclave.
Em meio à retomada dos bombardeios, após o colapso da trégua que permitiu a troca de prisioneiros palestinos por reféns israelenses, o Hamas anunciou que não haverá mais trocas até o fim da guerra. O vice-chefe político do grupo terrorista, Saleh al-Arouri, exige um cessar-fogo definitivo para a manutenção das trocas, uma condição que Israel não dá sinais de concordar.
Revista Oeste, com informações da Agência Estado
Fonte: revistaoeste