No dia em que se completaram seis meses desde os ataques de 7 de outubro a Israel, as Forças de Defesa israelenses retiraram todas as suas tropas terrestres na parte sul da Faixa de Gaza, na manhã deste domingo, 7. Apenas uma brigada permaneceu para proteger um corredor que divide o enclave palestino, conta o The Times of Israel.
O chefe do Estado-Maior Geral das Forças de Defesa de Israel, Herzi Halevi, porém, afirmou em coletiva neste domingo que a retirada das tropas das FDI do sul Gaza não significa que a guerra esteja próxima do fim.
Depois de quatro meses de combates no local, tropas da 98ª Divisão foram retiradas da área de Khan Younis. Somente a brigada Nahal permanece na região, para proteger o chamado Corredor Netzarim, que atravessa Gaza desde a área de Be’eri, no sul de Israel, até a costa da Faixa.
Em seguida ao anúncio do Exército israelense, dezenas de refugiados palestinos em Rafah, na iminência de a cidade ser palco de uma incursão das FDI, iniciaram sua viagem de retorno a Khan Yunis a pé, de carro ou em carroças, segundo imagens da AFP.
. As forças israelenses, prossegue a agência, conseguiram o desmantelamento da brigada local do Hamas. Milhares de homens armados foram mortos e cerca de 30 quilômetros de túneis destruídos, dizem as autoridades israelenses.
A AFP informou que, neste domingo, entraram em Rafah caminhões carregados com ajuda humanitária vindos do Egito. Suprimentos médicos também chegaram ao complexo médico Kamal Adwan em Beit Lahia, no norte do território.
As FDI estão agora prestes a colocar em prática o plano, definido em fevereiro, de atacar Rafah para destruir ainda mais a capacidade militar do Hamas.
Pressão sobre o primeiro-ministro Netanyahu
A guerra, deflagrada em 7 de outubro, quando membros do grupo terrorista Hamas invadiram o sul de Israel e mataram cerca de 1,2 mil pessoas, entra agora em uma nova etapa. Rafah é considerada o último bastião do Hamas e abriga um quarto dos combatentes do grupo extremista.
Os terroristas também sequestraram 250 pessoas, das quais 129 permanecem detidas em Gaza, depois de uma trégua no fim de novembro, por troca de reféns por prisioneiros. Do total de 129, se incluem 34 que teriam morrido, segundo as autoridades israelenses.
As ações lançadas por Israel para desmantelar o grupo deixaram pelo menos 33.175 mortos em Gaza, segundo o último balanço do Ministério da Saúde do território, governado pelos terroristas do Hamas desde 2006. Nenhuma autoridade oficial teve até agora acesso ao número de vítimas palestinas.
Os Estados Unidos se opõem a uma ofensiva em Rafah pelo fato de que, na região, se encontram cerca de 1 milhão de refugiados, vindos de outras áreas atacadas anteriormente.
O prolongamento da ofensiva tem, entretanto, minado a força do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Cresce a pressão para que ele liberte os reféns e até renuncie, diante da falta de êxito na negociação de uma trégua.
Na noite de sábado, 6, dezenas de milhares de pessoas se manifestaram para exigir sua renúncia em Tel Aviv. Neste domingo, em Jerusalém, a multidão ultrapassou os 50 mil manifestantes, que se juntaram a familiares e amigos de reféns, para exigir a imediata liberação deles.
Fonte: revistaoeste