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Imprensa espanhola esmiuça rotina na prisão e detalhes do caso Dani Alves

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Preso desde a última sexta-feira, 20, acusado de agressão sexual contra uma jovem em uma casa noturna em Barcelona, Dani Alves estampou as páginas dos principais jornais espanhóis nesta quarta-feira, 25.

A manchete do jornal El País, um dos principais periódicos espanhóis, diz que “o porteiro da discoteca Sutton acionou o atendimento à vítima de violação para quem acusa Daniel Alves”. A reportagem conta com detalhes sobre a chegada da vítima até a boate e como o porteiro acionou o protocolo chamado “No callamos”, promovido pela Câmara Municipal de Barcelona em 2018 para indicar como a pessoa deve agir diante de um caso de agressão sexual em locais noturnos e públicos.

“O porteiro foi o primeiro que escutou o relato dela, que já dizia que tinha tido problemas com uma pessoa “muito importante”. Ela disse que, nos banheiros da área VIP, o ex-jogador do Barcelona a penetrou sem consentimento em uma agressão sexual que, após mostrar as câmeras de segurança locais, durou 16 minutos, diz um trecho da matéria.

“Foi aquele trabalhador, porém, que intuiu que algo grave havia acontecido. Disse-lhes para não saírem e foi, de fato, o primeiro filtro de um protocolo contra as agressões sexuais que o clube aplicou ao pé da letra e sem problemas, segundo as diferentes fontes consultadas”, publicou o El País.

De acordo com o jornal, este protocolo não é obrigatório, mas em Barcelona “está disponível em 80% dos salões grandes e 50% dos salões pequenos”, segundo o secretário-geral da Federação Catalã da Associação de Atividades Musicais (Fecasarm), Joaquim Boadas.

Já o jornal espanhol ABC trouxe destaque ao depoimento da jovem, que relatou que Alves bateu na cara dela por um tempo, e sentiu que estava se afogando pela angústia que sentia.

Segundo o relato dado ao ABC, o jogador de futebol teria batido e tocado nela. No depoimento, a vítima informou que ele falava “coisas” para ela, provavelmente em português, já que ela afirmou que “não entendia nada”.

“Estava me enojando”, disse a jovem. De acordo com o relato, ele pegou a mão dela e colocou em seus órgãos genitais. “Ele fez isso duas vezes, na segunda vez com muita força, e eu retirei novamente”, acrescentou a matéria.

“Em seguida, o brasileiro, segundo o depoimento da denunciante, fez sinais para que se aproximasse de uma porta”. A jovem informou que achava que teria uma “outra área VIP atrás dele”. Não foi bem assim, ela encontrou uma “pequena pia” e, ao entrar, Alves fechou a porta atrás de si.

“Eu disse a ele que queria ir embora e ele respondeu que não podia sair de lá”, disse ela.

À ABC, a jovem disse ainda que ele tentou forçá-la a fazer sexo oral nele. “Resisti, mas ele era muito mais forte do que eu”, continua. Segundo o periódico, depois que ela recusou, foi quando Daniel Alves começou a esbofeteá-la. “Ele estava me batendo no rosto por um tempo, eu senti como se estivesse me afogando, não porque ele estava me apertando, mas pela angústia que eu estava sentindo”, comentou.

O El Mundo, o segundo maior jornal da Espanha, afirmou que o ex-jogador do Barcelona mudou de advogado e está focado em sair da prisão o mais rápido possível. Segundo o periódico, Alves entrou com recursos em dois tribunais, ​​mas o processo pode durar semanas, e a defesa do brasileiro argumenta que ele não exerce risco de fugir do país.

Em relação a possíveis medidas especiais pelo fato de que Daniel Alves é um ex-jogador famoso, o El Mundo revelou que o Departamento de Justiça deixou claro que “nada é feito diferente do que acontece com qualquer outro preso”.

No entanto, o jornal diz que Alves foi transferido para o presídio Brians 2 para “garantir melhor a segurança e a convivência”, já que os módulos do Brians 1, que é para presos provisórios, têm em média 200 detentos. Os de Brians 2, que é para condenados, mas também alguns preventivos, têm 80.

“Por isso, a Generalitat considera que a transferência garante ‘segurança e convivência normal em um módulo residencial’, já que a presença de uma figura pública sempre gera tensão e expectativa na prisão”, informa um trecho da matéria.

De acordo com a publicação, Daniel Alves passou as primeiras horas na cadeia abatido e quase sem comer em uma cela individual. Agora ele terá um companheiro que o ajudará nos primeiros dias de prisão e também recebeu assistência médica e psicológica.

A imprensa local também teve acesso a imagens que comprometem ainda mais o jogador brasileiro de 39 anos, que já deu três versões diferentes para o ocorrido.

O jornal Periódico de Catalunya informou que as gravações das câmeras de segurança mostraram que Daniel Alves e a mulher que o acusa permaneceram 15 minutos no banheiro da boate Sutton, na madrugada de 31 de dezembro do ano passado. Esta filmagem, inclusive, teria sido decisiva para que Daniel Alves mudasse de versão e admitisse que houve relação sexual, mas de maneira “consensual”, segundo ele. O mesmo jornal teve acesso ao depoimento da mulher, que disse ter levado tapas e sido estuprada.

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Fonte: Veja

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