O jornal norte-americano (NYT) revelou detalhes do massacre de 7 de outubro: o Hamas usou a violência sexual como arma de “vingança” contra Israel. A matéria, publicada nesta quinta-feira, 28, apresenta evidências da brutalidade contra as mulheres: “estupraram, queimaram, cravaram unhas nas coxas e virilhas, usaram pregos e balearam seus genitais”.
Em uma investigação que durou dois meses, o NYT ouviu mais de 150 testemunhas, entre profissionais médicos, socorristas, soldados, conselheiros de estupro e autoridades governamentais, além de análise de imagens de vídeos, fotografias e dados de telefones celulares.
O artigo é forte e começa descrevendo um vídeo que circulou amplamente nos dias seguintes ao massacre protagonizado pelo Hamas no sul de Israel, em 7 de outubro. As filmagens, feitas nas primeiras horas de 8 de outubro, mostram os restos parcialmente carbonizados de uma mulher cujo rosto queimado impedia a identificação imediata.
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Ela aparece nua da cintura para baixo, com as pernas abertas e o vestido preto levantado. Seu corpo está ao lado de um carro incendiado na Rota 232, paralela à Faixa de Gaza, onde muitas pessoas tentaram fugir quando começaram os ataques no festival de música rave. Das 1.200 pessoas assassinadas pelo Hamas naquele dia, 360 estavam no evento.
Posteriormente, a mulher do vídeo foi identificada como Gal Abdush. Ela tinha 34 anos e era mãe de dois filhos. Gal estava no festival de música acompanhada do marido, Nagi Abdush, de 36 anos.
A polícia israelense acredita que ela foi estuprada antes de ser assassinada e ter o corpo incendiado.
Dias depois, o corpo de Nagi foi encontrado também queimado. As identificações foram feitas através de testes de DNA.
Sinais de violência sexual em corpos encontrados em diferentes locais
O NYT afirmou ter registrado pelo menos sete locais no sul de Israel onde ou mutiladas.
Os entrevistados descreveram a descoberta de mais de 30 mulheres com sinais de violência sexual semelhantes aos encontrados no corpo de Gal. As vítimas estavam na rave
Supernova e em dois kibutze próximos. “Pernas abertas, roupas rasgadas, sinais de abuso em suas áreas genitais”, disseram.
Fotografias coletadas pelos repórteres do NYT incluíam imagens de uma mulher em um kibutz sitiado. Ela foi encontrada com dezenas de pregos enfiados em suas coxas e virilha.
Uma outra foto mostrava duas soldados israelenses mortas em uma base militar invadida pelos terroristas, aparentemente baleadas diretamente em suas vaginas.
Segundo a dentista militar capitão Maayan, profissional que ajudou na identificação dos corpos, pelo menos dez soldados femininas de um posto de observação em Gaza foram encontradas com sinais de violência sexual.
Socorristas não esquecem as cenas de terror que testemunharam
Um paramédico de uma unidade de comando relatou ter encontrado em um quarto no kibutz Be’er, os corpos de duas adolescentes com as roupas rasgadas. As meninas eram irmãs e tinham 13 e 16 anos.
Ele descreveu que uma delas estava deitada de lado com “hematomas perto da virilha”, a outra “no chão de bruços”. As adolescentes tinham “as calças de pijama puxadas até os joelhos, a parte inferior exposta e sêmen espalhado em suas costas.”
Outro socorrista, Jamal Waraki, desabafou ao NYT não conseguir tirar da cabeça a imagem do corpo de uma mulher que encontrou na rave.
“As mãos dela estavam amarradas atrás das costas”, disse. “Ela estava inclinada, meio nua, a calcinha enrolada abaixo dos joelhos.”
Um dos entrevistados pelo NYT foi Yinon Rivlin, da equipe de produção do festival de música. Ele conseguiu se esconder durante os ataques. Ao sair do esconderijo, seguiu pela Rota 232 e viu uma jovem deitada de bruços, sem roupa da cintura para baixo, com as pernas abertas. Segundo seu relato, parecia cortada na área vaginal: “Como se alguém a tivesse rasgado”, disse.
“Ódio aos judeus e ódios às mulheres”, afirma chefe da polícia israelense
Cenas semelhantes foram descobertas em pelo menos seis casas diferentes nos kibutz Be’eri e Kfar Aza, onde 24 corpos de mulheres e meninas foram achados despidos e amarrados com nylon ou mutilados.
Uma outra testemunha, que estava na rave e também conseguiu se esconder, revelou ter visto cerca de 100 ao longo da estrada onde o festival aconteceu, passando armas e mulheres gravemente feridas uns para os outros. “Ao menos cinco delas vi sendo estupradas”, contou.
Raz Cohen disse ao jornal norte-americano que, enquanto se escondia no leito de um rio seco, perto da Rota 232, viu uma van branca parar e homens saírem arrastando uma mulher para fora do veículo. A testemunha descreveu a cena:
“Todos se reuniram ao redor dela… Ela estava de pé”, relatou. “Eles começaram a estupra-la. Ainda me lembro da voz dela, dos gritos. Então, um deles levantou uma faca e simplesmente a degolaram.”
O superintendente-chefe da polícia de Israel, Mirit Bem Mayor, disse ao NYT acreditar que as atrocidades cometidas pelos terroristas palestinos contra mulheres e meninas israelenses marcaram uma combinação de “ódio aos judeus e ódios às mulheres”.
Quatro vítimas de estupro sobreviveram: três mulheres e um homem
A maioria das vítimas de violência sexual foi morta pelos membros do Hamas. De acordo com o porta-voz do Ministério do Bem-Estar de Israel, Gil Horev, três mulheres e um homem sobreviveram.
“Nenhum deles concordou em vir fisicamente para tratamento”, disse. Eles também não aceitaram falar com os repórteres do NYT.
Polícia de Israel prepara documento sobre os casos de estupro
De acordo com a imprensa hebraica, a polícia de Israel está elaborando uma extensa documentação sobre os casos de estupros em 7 de outubro.
Muitos corpos não tiveram coleta ordenada ou sistemática de evidências de estupro e agressão sexual por motivos religiosos.
No judaísmo, as pessoas são enterradas o mais rápido possível. Os funerais são realizados o mais breve possível para dar início ao período de luto shivá, fazendo com que evidências potenciais possam ter sido soterradas no solo.
Fonte: revistaoeste