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Guarda britânico é condenado a 13 anos de prisão por espionar para Rússia

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O ex-guarda de segurança e espião da embaixada britânica na , David Smith, de 58 anos, foi condenado a 13 anos de prisão nesta sexta-feira, 17, por vender segredos para a . Motivado pelo apoio ao presidente da Rússia, , e ódio pelo , ele começou a coletar documentos classificados em 2018.

Em 2020, Smith enviou duas cartas a altos funcionários da embaixada russa, uma delas expondo a identidade de um diplomata que havia trabalhado na Rússia, chamado de X, bem como detalhes de colegas. 

A investigação começou depois que a segunda carta de Smith, enviada a um adido militar na embaixada russa em novembro de 2020, foi rastreada. Em uma operação secreta do Serviço de Segurança da Inglaterra (MI5), no ano seguinte, duas pessoas se passaram por um falso desertor russo e um oficial de inteligência para entrar em contato com Smith e descobrir a possível traição.

Em 5 de agosto de 2021, Smith escoltou um agente disfarçado, se passando por um desertor russo chamado Dmitry, para dentro do prédio. O ex-segurança fez uma cópia do documento de “Dmitry” e também guardou a embalagem do cartão SIM, com o número de telefone do suposto desertor, em vez de destruí-la, conforme havia sido instruído. 

Alguns dias depois disso, Smith foi abordado por uma falsa espiã russa, Irina, que mostrou-lhe fotos de pessoas que ela fingia serem suspeitas de espionagem na embaixada russa. Nervoso, ele disse a ela: “Vou falar com alguém e assim que essa pessoa confirmar, volto a falar com você. Não confio nos desgraçados para quem trabalho. Você confiaria no MI5 ou no MI6? Pelo que sei, você pode estar trabalhando para eles.”

Ele foi preso no dia seguinte, e a polícia encontrou seu estoque de documentos confidenciais e secretos, incluindo correspondência de ministros para o então primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

No tribunal, ele se declarou culpado de oito acusações sob a Lei de Segredos Oficiais, por cometer um ato prejudicial à segurança ou aos interesses do estado. Qualquer oficial britânico condenado por traição precisa enfrentar consequências “potencialmente catastróficas”, sendo que o custo para atualizar a segurança é estimado em 820 mil libras (mais de R$ 5 milhões).

Segundo o tribunal, a espionagem de Smith pode ter prejudicado as negociações comerciais internacionais do Reino Unido e ocorreu em um momento que o país estava “conclamando” a Rússia, inclusive por reunir soldados na fronteira com a Ucrânia.

O tribunal também disse que as evidências mostravam que o ex-segurança recebia dinheiro da Rússia como parte de um relacionamento “contínuo” e que, durante as “atividades subversivas” de Smith, ele havia copiado uma “quantidade significativa de material” confidencial. 

Smith também mandou fotografias de funcionários da embaixada com descrições anotadas enviadas à embaixada russa, descobriu a investigação, que colocaram os colegas em “risco máximo” disse o tribunal.

Smith não reagiu ao ser mandado para prisão. 

Em seu depoimento, ele disse que agora estava “envergonhado” de seu comportamento e se considerava um escocês orgulhoso. Ele disse que estava com raiva de seu emprego, deprimido e bebia sete litros de cerveja por dia depois que sua esposa ucraniana de 20 anos voltou para seu país de origem.

Além disso, ele admitiu estar interessado em teorias da conspiração defendidas pelo InfoWars, um site da extrema-direita americano de notícias falsas, e o teórico da conspiração David Icke, mas negou ser pró-Rússia ou ter simpatia pelo extremismo.

No entanto, a promotoria apontou para diversas evidências que mostravam seu claro apoio à Rússia, como sua coleção de objetos militares russos incluindo uma bandeira e um grande rottweiler de brinquedo, bem como seu apoio anterior a separatistas apoiados pela Rússia em Donbas.

“David Smith abusou de sua posição na embaixada britânica em Berlim para secretamente coletar e passar informações confidenciais ao estado russo. Esses crimes foram um ataque ao nosso país e poderiam ter ameaçado a segurança nacional”, disse o promotor de justiça, Nick Price.

“Suas ações não foram motivadas apenas por dinheiro e ganância. Em várias ocasiões, ele expressou forte aversão ao Reino Unido e à Alemanha e expressou simpatia pelas autoridades russas. Essas crenças poderiam ter causado mais danos se Smith não tivesse sido processado”, acrescentou.

Fonte: Veja

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