Na madrugada deste domingo, 8, o grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), liderado por Mohammed al-Golani, derrubou o regime de Bashar al-Assad na Síria depois de uma ofensiva rebelde iniciada em novembro.
A ação resultou na captura de cidades-chave do país e marca um dos avanços mais significativos nos 13 anos de guerra civil.
O confronto entre o HTS e o regime de Assad remonta a 2017, quando o grupo foi fundado, sucedendo a Frente al-Nusra, sua principal predecessora e antiga afiliada da .
Formada em 2012, a Frente al-Nusra rapidamente se destacou como uma das principais forças opositoras ao governo de Assad. Em 2016, fundador do grupo, Abu Mohammed al-Golani, anunciou o rompimento com a Al-Qaeda, o que culminou na formação do HTS no ano seguinte, com foco em objetivos regionais.
Apesar da tentativa de reformular sua imagem e adotar uma abordagem pragmática, o HTS permanece classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos e pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O grupo consolidou seu controle sobre Idlib e implementou um governo civil na região, mas enfrenta desafios de legitimidade e acusações de crimes de guerra contra dissidentes.
A liderança de Golani na Síria
Mohammed al-Golani, considerado o estrategista por trás do HTS, busca se apresentar como um líder mais moderado. Desde o rompimento com a Al-Qaeda, ele adotou um estilo mais militarizado e tentou projetar uma imagem de protetor de minorias religiosas, inclusive permitindo uma missa cristã em Idlib depois de anos de proibição.
Ainda assim, o HTS permitiu a operação de grupos armados procurados em seu território, e ataques contra forças especiais dos EUA foram registrados até 2022. Golani, que emergiu como líder rebelde em 2011, já foi afiliado à Al-Qaeda no Iraque e fundou a Frente al-Nusra depois do início da guerra civil síria.
Com o avanço do HTS e a tomada de Aleppo, Golani busca assegurar os residentes, incluindo a significativa comunidade cristã, de que não vão sofrer sob o novo regime. No entanto, as acusações de abusos cometidos pelo grupo continuam a gerar medo e desconfiança.
Sob o controle do HTS, Idlib opera como um Estado paralelo, que enfrenta críticas de residentes e organizações de direitos humanos por supostos crimes de guerra. A situação na Síria segue sendo acompanhada de perto pela comunidade internacional.
Fonte: revistaoeste