Nesta quinta-feira, 15, o aprovou o casamento e a adoção de menores de idade por pessoas do mesmo sexo. Agora, a é o 20º país da Europa e o primeiro país cristão ortodoxo a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Com 176 votos a favor, 76 contra e 2 abstenções, a reforma foi aprovada com folga por votos de vários partidos da oposição, entre eles o partido de esquerda Syriza. A legenda é liderada por Stefanos Kasselakis, o primeiro líder de partido assumidamente da Grécia.
Uma parte dos 158 deputados do partido governista, o conservador Nova Democracia (ND), votou contra ou se absteve. O projeto precisava de maioria simples para ser aprovado no Parlamento, de 300 membros.
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, defendeu o texto mesmo que seu partido, o centro-direitista Nova Democracia, tenha sido contrário ao projeto. Em seu perfil no Twitter/X, o premiê disse que a votação é “um marco para os direitos humanos” e reflete a “Grécia de hoje”: um país “progressista e democrático, apaixonadamente empenhado nos valores europeus”.
A Holanda foi o primeiro país a autorizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2001, seguida por Bélgica em 2003, Canadá e Espanha em 2005, África do Sul em 2006, Noruega e Suécia em 2009, Portugal, Islândia e Argentina em 2010 e Dinamarca em 2012.
Atualmente, 36 países do mundo (35 Estados pertencentes às Nações Unidas, além do território autônomo de Taiwan) permitem o casamento, dos quais 20 são europeus: Andorra, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Islândia, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Holanda, Noruega, Portugal, Eslovênia, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido.
Outros 11 são das Américas: Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Estados Unidos, México e Uruguai. África do Sul, Austrália, Nova Zelândia, Nepal e Taiwan completam a lista.
O Santo Sínodo, a autoridade máxima da Igreja Ortodoxa grega, argumentou numa carta aos parlamentares que o projeto de lei põe um fim à paternidade e à maternidade e neutraliza os sexos. O Sínodo também disse que um “ambiente de confusão” acabará sendo criado entre as crianças.
Os clérigos expressaram esse sentimento em sermões por todo o país nas últimas semanas, e alguns bispos disseram que se recusariam a batizar os filhos de casais do mesmo sexo.
Grupos religiosos também uniram forças com partidos de direita para realizar manifestações em Atenas e outras cidades. No domingo 11, centenas de pessoas organizaram uma manifestação em frente ao Parlamento, algumas delas seguravam faixas que diziam: “Só existe uma família, a tradicional”.
As sondagens de opinião realizadas nas últimas semanas retrataram uma sociedade grega dividida sobre essas questões: na maioria dos inquéritos, metade dos entrevistados manifestou apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas a maioria também disse que se opunha a permitir que casais do mesmo sexo adotassem crianças.
Fonte: revistaoeste