O governo de Javier Milei na Argentina completou um ano. Em 10 de dezembro de 2023, o presidente assumiu o cargo com a promessa de um forte ajuste fiscal, pediu paciência à população e avisou que o cenário “primeiro iria piorar muito para depois melhorar”.
Agora, o que se vê no país é uma retração do Produto Interno Bruto de 3,5% em 2024, mas com previsão de crescimento de 5% em 2025, segundo o Fundo Monetário Internacional.
Já a inflação, que era de 25% ao mês em janeiro, caiu para 2,7% em outubro, algo que surpreendeu economistas.
Fabio Rodríguez, da , ressalta que a Argentina ainda não atingiu a inflação baixa de países vizinhos. Mas admite que a gestão de Milei alcançou o feito de um ano inteiro de superávit fiscal, algo que não acontecia no país havia mais de uma década.
Eliminar o déficit, ajustar a política monetária do Banco Central e controlar o câmbio foram as medidas que viabilizaram a queda da inflação, explica Rodríguez.
Desafios econômicos e sociais persistem
O aumento da pobreza ainda é um dado preocupante na Argentina. O Instituto de Nacional de Estatística e Censo (Indec) revela que 52,9% dos argentinos vivem abaixo da linha da pobreza; 66% dessas pessoas são crianças e adolescentes. Milei manteve programas sociais para mitigar os impactos dos ajustes, buscando paciência da população.
A popularidade de Milei está acima de 50%, um feito notável em meio a um grande ajuste econômico. Fabián Calle, da UCA, destaca que Milei conseguiu algo que outros líderes, como Mauricio Macri, não conseguiram.
Os primeiros meses do governo foram caóticos, com protestos e dificuldades legislativas. No entanto, reconfigurações políticas estabilizaram a situação, permitindo a recuperação econômica.
Milei deve intensificar relações com Trump
Para 2025, Milei planeja intensificar as medidas fiscais, impulsionado pelo apoio popular e pela vitória de Donald Trump nos Estados Unidos. A relação próxima entre Milei e Trump pode facilitar negociações com o FMI sobre a dívida significativa da Argentina.
Milei também busca eliminar controles cambiais em 2025, o que vai depender da estabilidade econômica. A confiança no governo cresce, enquanto o presidente adota uma postura ideológica firme em fóruns internacionais.
Analistas são cautelosos sobre os benefícios concretos dessa abordagem, mas reconhecem seu impacto na política interna. O governo de Milei busca, no ano que vem, equilibrar austeridade e apoio popular e, com isso, garantir uma Argentina mais estável.
Com informações do jornal O Estado de São Paulo.
Fonte: revistaoeste