No final de janeiro, costuma ter neve o bastante para que construir bonecos de neve, descer colinas enregeladas de trenó e travar batalhas de bolas de neve. Neste inverno, contudo, a paisagem está bastante diferente. A cidade bateu, nesta segunda-feira, 30, o recorde de dias sem nenhuma “nevasca mensurável”, definida como 0,25 centímetros de neve.
O ano de 2023 superou 1973, quando a primeira a nevasca chegou no dia 29 de janeiro. Em menos de uma semana, Nova York pode bater um segundo recorde relacionado à neve: a sequência mais longa de dias sem neve mensurável. O recorde atual, de dezembro de 2020, é de 332 dias.
A última nevasca registrada em Nova York foi em 22 de março de 2022. Geralmente, em meados de dezembro, já costuma haver neve na cidade, o que significa que a região está um mês atrás do seu ciclo habitual.
Outras cidades na Costa Leste dos enfrentam condições climáticas semelhantes, e o inverno de 2023 tem um dos menores registros de nevascas no último século. No estado de Nova York, essa variação pode ser encontrada também em cidades como Syracuse e Rochester, no interior do estado de Nova York.
Syracuse costuma ter um nível médio de 3 metros de neve por ano, um dos recordes nos Estados Unidos. Porém, neste inverno, Syracuse registrou apenas 63,5 cm de neve – é dizer, 90 cm abaixo da média. Já Rochester, onde a neve costuma se acumular a 1,27 m de altura, está 38 cm abaixo do nível normal.
Normalmente, as nevascas na Costa Leste são formadas por tempestades que vêm do mar e, ocasionalmente, dos “clippers de Alberta” (sistema de baixa pressão vindo do Canadá). Neste inverno, contudo, esses fenômenos foram ausentes.
Já em Buffalo, a oeste de Syracuse e Rochester, vive uma realidade completamente diferente. A cidade viu mais neve em 2023 do que em qualquer inverno dos últimos 50 anos, devido a uma bolsão de neve na cidade. Cerca de metade do volume caiu em uma única nevasca.
Especialistas já esperavam um inverno mais quente. O fenômeno conhecido como La Niña deixou todo o estado de Nova York mais quente pelo terceiro ano consecutivo. Ainda assim, os recordes extremos estão ligados aos efeitos da crise climática, porque padrões climáticos globais estão sofrendo mudanças profundas.
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Fonte: Veja