A indiciou Teodoro Obiang Mangue, da Guiné Equatorial, por lavagem de dinheiro no Brasil. O caso se deve pela aquisição de um apartamento em São Paulo e a tentativa de entrada no país, com cerca de US$ 16 milhões em dinheiro e bens de luxo.
Teodorin, como é conhecido, é filho do ditador Teodoro Obiang, que está à frente da Guiné Equatorial há mais de 40 anos, e ganhou notoriedade pela vida de luxo exibida em viagens internacionais.
A investigação, iniciada em 2018, foi concluída no ano passado e enviada à Justiça Federal de São Paulo. Com base no relatório da PF, o Ministério Público Federal apresentou denúncia contra Teodorin por lavagem de dinheiro.
Além dele, foram denunciados um advogado brasileiro, outro português e uma cidadã francesa, todos acusados de envolvimento na lavagem de valores desviados do país africano.
A apuração inicial focava na compra, em 2007, de uma cobertura de luxo no bairro dos Jardins, em São Paulo, por R$ 15,6 milhões.
Filho de ditador da Guiné tentou entrar no Brasil com dinheiro em espécie
Em setembro de 2018, depois de Teodorin tentar entrar no Brasil com um passaporte diplomático em posse de US$ 1,4 milhão em espécie e US$ 15,4 milhões em relógios de luxo, a investigação foi ampliada.
Segundo a PF, os recursos usados para adquirir tanto o imóvel quanto os bens de luxo têm origem ilícita em crimes cometidos na Guiné Equatorial, enquanto Teodorin ocupava cargos no regime do pai.
Entre 2007 e 2011, enquanto sua renda anual como ministro era de US$ 100 mil, empresas associadas ao seu nome receberam aproximadamente US$ 60 milhões. No mesmo período, os gastos dele totalizaram US$ 130 milhões, de acordo com os dados levantados pela PF.
A investigação incluiu depoimentos de várias testemunhas e solicitações de cooperação jurídica internacional para quatro países: Estados Unidos, França, Suíça e Portugal.
Nos Estados Unidos e na França, Teodorin já havia sido investigado por suspeitas de lavagem de dinheiro que envolvem compras de luxo.
Fonte: revistaoeste