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Familiares de reféns do Hamas desembarcam em São Paulo em busca de ajuda e apoio

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Familiares de nove reféns que estão em poder do Hamas desde 7 de outubro se reuniram com a imprensa em São Paulo, dentro de uma campanha para aumentar a pressão pela volta dos 137 sequestrados, ainda sob controle do grupo terrorista.

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Depois de passarem pela Argentina e pelo Uruguai, eles chegaram ao Brasil na segunda-feira 11 e foram recebidos por políticos em Brasília. Mary Shohat e Hen Mahluf, irmã e filha do brasileiro Michel Nisenbaum, tido como um dos sequestrados, estiveram em audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim da tarde de segunda.

“Viemos para cá, para a Argentina e Uruguai porque queremos que nos ajudem”, disse Hen.

A Oeste, já em São Paulo, Hen explicou que entrou para esse grupo para conseguir manter a própria sanidade mental nesse momento de tensão.

“MInha missão passou a ser falar e falar para que as pessoas, em algum momento, comecem a ouvir. E isso vai acontecer. Atuar nessa causa tem me ajudado a me manter de pé, se eu estivesse deitada em casa, acho que morreria de angústia.”

Para Maurice Schneider, nascido no Peru e morador de Nova York, tio de Shiri Bibas e tio-avô do bebê Kfir Bibas e de seu irmão Ariel, o drama não é menor. Ele perdeu sua irmã e seu cunhado, assassinados nos ataques. E agora se embrenhou na luta para trazer de volta o restante da família. O marido de Shiri, Yarden Bibas, também foi sequestrado.

“São crianças puras, nem soldados são”, diz, com a voz pausada, em tom consternado. Ele se refere às crianças. “Não sabem o que é uma metralhadora. Soube que estão em túneis e estão há 60 dias sem ver a luz do sol. Imagine o que é para uma criança, que necessita do sol, ficar esse tempo sem ver a luz do sol.”

Voz embargada

Mary (dir.), Hen (centro) e Guefen, parentes refénsMary (dir.), Hen (centro) e Guefen, parentes reféns
Mary (Direita), Hen (Centro) E Guefen Participam De Entrevista | Foto: Eugenio Goussinsky/Revista Oeste

Maia Chmiel, prima de Yair Horn e Eitan Horn, irmãos que foram sequestrados no kibutz (comunidade em cooperativa) Nir-Oz, não conteve a emoção enquanto falava. Nascida em Israel, com os pais nascidos na Argentina, ela convivia com os dois primos, vindos de Buenos Aires.

“São meus únicos primos aqui em Israel, são muito próximos”, afirmou Maia. “São pessoas que estão sempre sorrindo, fazendo o bem. Soubemos há duas semanas que estão vivos, é difícil se sentir impotente para trazê-los de volta. Quero vê-los sãos e salvos”, disse, interrompendo a fala por causa da voz embargada.

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Também esteve presente Guefen Sigal, sobrinha de Fernando Merman que estava em visita ao kibutz Nir Yitzhak quando foi sequestrado juntamente com Luis Har, marido da sua mãe.

Nas pausas, depois do encerramento, pôde-se perceber a união entre os parentes. Eles conversam como se se conhecessem há anos, irmanados em uma mesma busca e na esperança de um final feliz.

No encontro, foi lembrada a festa judaica de Chanuká, festa das luzes, em função de uma única chama que se manteve acesa por oito dias (daí a criação da Chanukiá, castiçal judaico com oito pontos luminosos) depois da tomada de uma sinagoga pelos gregos. A comemoração começou na última quinta-feira, 7, e dura oito dias.

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“Esperamos que novos milagres como esse ocorram, estamos unidos por este objetivo”, afirmou o presidente executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), Ricardo Berkienzstat.

O grupo veio sob os cuidados do Fórum de Famílias sequestradas e desaparecidas, responsável pelo Brasil, em parceria com a Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a Fisesp. Apoiaram a iniciativa a Embaixada de Israel no Brasil e o Consulado Geral em São Paulo e Região Sul.

“O objetivo é sensibilizar a sociedade e governos para que realizem a interlocução com países que podem ajudar na libertação, como o Catar”, disse o cônsul Rafael Erdreich. “Isso está surtindo algum efeito positivo.”

Fonte: revistaoeste

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