A Espanha vai desenterrar e remover o corpo de José Antonio Primo de Rivera, fundador do movimento fascista Falange que apoiou o regime franquista, de um mausoléu em uma montanha de Madri nesta segunda-feira, 24. A exumação de Primo de Rivera segue a remoção dos restos mortais do ditador Francisco Franco, em 2019, do local de homenagem.
O processo faz parte de um projeto para converter o chamado Vale dos Caídos, construído por Franco para as 500 mil pessoas mortas durante a Guerra Civil Espanhola (1936–1939). Em 2022, o memorial foi renomeado como Vale de Cuelgamuros, o nome original do local, sob a nova lei da Memória Democrática da Espanha.
“É mais um passo na ressignificação do Vale”, disse Félix Bolaños, ministro da Presidência. “Nenhuma pessoa ou ideologia que evoque a ditadura deve ser homenageada ou exaltada lá.”
José Antonio Primo de Rivera foi filho do ditador Miguel Primo de Rivera, que governou a Espanha de 1923 a 1930. Ele foi baleado e morto por um pelotão de fuzilamento das forças republicanas de esquerda em novembro de 1936.
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Essa é quarta vez que o corpo de Primo de Rivera é exumado. Em 1939, depois de ter permanecido em valas comuns em Alicante, na costa leste do país, seu caixão foi desfilado por 500 km até San Lorenzo de El Escorial, uma cidade perto de Madri onde a realeza da Espanha está enterrada.
Vinte anos depois, seus restos mortais foram transferidos novamente após a construção do monumento do Vale dos Caídos, onde Franco se juntaria a ele em sua morte, em 1975.
De acordo com o biógrafo de Franco, Paul Preston, o caudilho, um general conservador, e Primo de Rivera, um playboy extravagante, tinham pouca amizade. Na verdade, Franco chegou a sabotar vários esforços para organizar um resgate ou uma troca de prisioneiros que teria salvado a vida de Primo de Rivera. Isso permitiu que o general assumisse o controle dos falangistas, integrando o partido a um movimento mais amplo de extrema direita.
O governo espanhol está realizando obras no mausoléu para permitir o acesso às criptas onde os restos mortais de 34 mil pessoas, muitas delas vítimas do regime de Franco, estão enterradas anonimamente, permitindo que as famílias identifiquem seus parentes.
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Fonte: Veja