Diplomatas argentinos expulsos pela Venezuela chegaram a Buenos Aires no último sábado, 3. O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, foi proclamado reeleito recentemente pelos órgão eleitorais controlado por ele, em meio a acusações de fraude no processo eleitoral.
Até agora seis países reconheceram o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, como o verdadeiro vencedor das eleições.
“Tivemos que desmantelar uma vida em três dias”, afirmou Andrés Mangiarotti, encarregado de negócios argentino na Venezuela, ao desembarcar no Aeroporto de Buenos Aires.
Mangiarotti e outras 13 pessoas retornaram na quinta-feira 1º, depois da expulsão decretada por Maduro na última segunda-feira, 29. Durante sua estadia, enfrentaram cortes de energia e vigilância policial na embaixada.
“Na noite de segunda-feira para terça-feira chegaram viaturas policiais, com pessoas encapuzadas”, disse Mangiarotti à agência de notícias AFP. “E pensou-se que o pior poderia acontecer, principalmente os requerentes de asilo, que estão nessa condição porque temem pelas suas vidas.”
Maduro expulsa diplomatas de outros países
A Venezuela também expulsou diplomatas de outros países que exigiram transparência ou reconheceram González como vencedor das eleições. A Venezuela realizou o pleito no último domingo, 28.
Peru, Uruguai, Equador, Costa Rica e Panamá, além dos Estados Unidos, reconheceram a vitória da oposição na sexta-feira 2, depois de repetidos pedidos de transparência. O Peru foi o primeiro a reconhecer González, na terça-feira 30, e os afirmaram haver “evidências contundentes” de sua vitória.
O Brasil assumiu temporariamente a custódia da embaixada argentina na Venezuela e garantiu a segurança dos opositores ali presentes. O Conselho Nacional Eleitoral declarou Maduro vencedor com 51% dos votos, contra 44% de González Urrutia, mas não apresentou resultados detalhados.
Análise de 80% das atas eleitorais da Venezuela feita pela Associated Press mostra que González obteve cerca de 6,9 milhões de voto e venceu.
Fonte: revistaoeste