Ex-presidente da Colômbia e prêmio Nobel da Paz, , de 72 anos, concedeu entrevista à Folha de S.Paulo e falou sobre o papel do Brasil e da Colômbia na “transição democrática da Venezuela”.
Santos também comentou a recente viagem de Lula a Bogotá, onde o petista buscou estreitar laços com o atual presidente, Gustavo Petro. No encontro, ambos também falaram sobre o cerco que o regime chavista impôs à oposição durante a campanha presidencial da Venezuela, marcada para de 28 de julho.
Na opinião do vencedor do Nobel, se Lula e Petro realmente quiserem pressionar o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, por “eleições livres”, o momento é agora.
“Esta semana será importante, porque o regime deve reagir a essa unificação da oposição em torno da candidatura do ex-embaixador Edmundo González Urrutia”, comentou Santos. “É possível que Maduro tente inabilitá-lo. Seria muito importante que Lula e Petro lhe dissessem: ‘Respeite esse candidato’”, sugeriu.
Acordo de paz
Segundo o colombiano, Maduro não vai jogar com uma possibilidade grande de perder, e as pesquisas já mostram ele atrás de uma oposição unificada, com pelo menos 20% votos.
“Maduro está agarrado ao poder”, disse o ex-presidente à Folha.
Ele acredita que o ditador só deixaria o comando do país “se lhe dessem uma ponte de ouro, uma saída digna a ele e a todo o comando do regime”. Do contrário, Santos crê que Maduro vai morrer “se defendendo”.
Para Santos, oferecer um acordo de paz a Maduro seria a melhor solução para que ele desse espaço à oposição no país. “Se ele tivesse certeza de que, ao perder, não iria para a prisão, facilitaria uma transição”, cogitou. “É aí que há muito desacordo, porque Maduro tem muitos crimes pelos quais responder. Por isso, a transição dependeria de uma negociação séria e responsável, como se faz, justamente, em um processo de paz.”
Fonte: revistaoeste