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Europa esquentou mais rápido que todas outras regiões nos últimos 30 anos

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Um novo relatório divulgado nesta quarta-feira, 2, pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada às Nações Unidas, e pelo Copernicus, o europeu sobre mudanças climáticas, apontou que a Europa é a região do mundo que está se aquecendo mais rápido devido às mudanças climáticas.

O documento, divulgado poucos dias antes do início da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP27, é mais um de uma série de relatórios que mostram como o planeta está longe de cumprir suas metas climáticas. 

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Além de os governos não estarem fazendo o suficiente para diminuir as emissões de gases poluentes, os termômetros mostram que a temperatura já está subindo rapidamente. Desde o início da Revolução Industrial, o mundo já se aqueceu cerca de 1,2ºC e, de acordo com especialistas, o aumento deve ser limitado a 1,5ºC para evitar impactos mais severos. 

Apesar das previsões serem feitas de maneira a se obter uma mé global, o relatório publicado quarta mostrou que a temperatura na Europa aumentou mais do que o dobro do restante do planeta nos últimos 30 anos, correspondendo a uma taxa de 0,5ºC por década.

Outras pesquisas sobre o assunto já expõem como esse crescimento está impactando o continente. No acumulado do ano até julho, o número de incêndios florestais nos países da União Europeia foi quatro vezes maior do que a média mundial dos últimos 15 anos. 

Além disso, foram registradas inundações destrutivas em vários países e ondas de calor recorde que causaram secas severas em países como Reino Unido, França e Itália.

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Ao olhar para 2021, o último ano completo coberto pela análise do relatório, mais de meio milhão de pessoas foram diretamente afetadas por eventos climáticos alimentados por mudanças climáticas e o clima extremo causou danos econômicos superiores a 50 bilhões de dólares, o equivalente a 257 bilhões de reais.

“A Europa apresenta uma imagem ao vivo de um mundo em aquecimento e nos lembra que mesmo sociedades bem preparadas não estão a salvo dos impactos de eventos climáticos extremos. Este ano, como em 2021, grandes partes da Europa foram afetadas por extensas ondas de calor e seca, alimentando incêndios florestais”, disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

O aquecimento do continente teve influência direta também nos Alpes, que registrou perda de 30 metros de espessura de gelo entre 1997 e 2021, segundo o relatório. Na Groenlândia, região coberta pelo relatório, a chuva caiu no topo da camada de gelo pela primeira vez desde o início dos registros.

Para Taalas, embora o corte nas emissões possa ser considerado “bom”, a Europa ainda precisa fazer muito mais para ter resultados satisfatórios. O continente foi responsável por reduzir cerca de 30% dos lançamentos de gases poluentes à atmosfera entre 1990 e 2020 e a União Europeia anunciou que pretende aumentar esse número em 55% até 2030.

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Em outro relatório divulgado na última quarta-feira, 26, também pelas Nações Unidas, mostrou que as propostas apresentadas pelos governos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa até o momento são insuficientes para evitar um aquecimento global “catastrófico”.

Além de não evitar um aquecimento perigoso do planeta, as atuais metas das 193 nações que aderiram ao Acordo de Paris, principal tratado climático internacional, vão levar o aumento da temperatura do planeta a uma média de 2,5ºC, nível considerado catastrófico por cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

De acordo com um relatório do IPCC divulgado no início deste ano, as emissões precisam ser reduzidas em 43% até 2030, medida essencial para atingir o objetivo de limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5ºC até o final desta década.

Com a chegada da COP27, o secretário-executivo da agência da ONU pediu que os governos revisem seus planos climáticos e os tornem mais ambiciosos.

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“A COP 27 é o momento em que os líderes globais podem recuperar o impulso sobre as mudanças climáticas, fazer a transição necessário das negociações para a implementação e avançar na transformação massiva que deve ocorrer em todos os setores da sociedade para enfrentar a emergência climática”, disse.

Fonte: Veja

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