Os Estados Unidos e a França realizaram testes de mísseis nucleares na quarta-feira 19, uma rara ocorrência para os dois aliados ocidentais. Os lançamentos nos oceanos Atlântico e Pacífico ocorrem antes de um novo disparo da Rússia.
O teste americano aconteceu na Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia, às 5h11, horário do Pacífico. Ele havia sido planejado com meses de antecedência e foi concluído quando o veículo de reentrada caiu no Atol de Kwajalein, nas Ilhas Marshall, depois de viajar mais de 4.600 km.
Esse foi o primeiro teste do tipo desde que o presidente russo, Vladimir Putin, abandonou o tratado Novo START, que regulamenta a quantidade de armas nucleares no mundo.
No passado, os Estados Unidos já cancelaram ou adiaram testes de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) para evitar uma escalada ou falha de comunicação em momentos de tensões elevadas.
Em março de 2022, um teste foi cancelado depois que a Rússia invadiu a Ucrânia e Putin aumentou o estado de alerta das forças nucleares russas. Outro teste foi adiado em agosto, quando a China realizou exercícios militares em torno de Taiwan, em resposta à visita da então presidente da Câmara, Nancy Pelosi.
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Em resposta à rejeição do Novo START por Putin, Washington e Moscou pararam de compartilhar dados sobre seus arsenais nucleares. Mas os americanos continuam a compartilhar notificações sobre o movimento de bombardeiros estratégicos, mísseis e submarinos com os russos.
Sob o Acordo de Notificação de Lançamento de Mísseis Balísticos assinado em 1988, os Estados Unidos e a Rússia concordaram em avisar um ao outro, com 24 horas de antecedência, se fossem testar ICBMs.
Já a França lançou seu míssil do submarino “Le Terrible”, embarcação que tem capacidade de carregar até 10 ogivas nucleares. Esse foi o décimo primeiro teste da arma, introduzida em 2010. Sébastien Lecornu, ministro das Forças Armadas francês, anunciou nesta quinta-feira, 20, que o teste foi um sucesso.
Fonte: Veja