Arqueólogos no Egito descobriram os remanescentes de um quartel militar com 3,2 mil anos que abriga uma variedade de artefatos significativos, em especial uma espada inscrita com hieróglifos que mencionam o nome do faraó Ramsés II.
Embora a Bíblia não mencione especificamente o nome do rei egípcio que submeteu os israelitas à escravidão no Livro do Êxodo e não exista um consenso científico sobre isso até hoje, há um grupo de pesquisadores que acredita que a fuga do Egito liderada por Moisés ocorreu durante o reinado de Ramsés.
A principal evidência para essa hipótese está na semelhança entre o nome do faraó e as cidades que os escravos foram obrigados a construir no durante esse período:
“Estabeleceu, pois, sobre eles feitores para acabrunhá-los com trabalhos penosos: eles construíram para o faraó as cidades de Pitom e Ramsés, que deviam servir de entreposto” – Êxodo 1, 11
A equipe de escavação, liderada pelo arqueólogo Ahmed El Kharadly, do Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito, identificou uma série de armazenamentos utilizados para guardar grãos e fornos para a fabricação de pão.
Durante as escavações, também foram encontradas cerâmicas com ossos de animais, o que inclui peixes, além de sepultamentos de vacas. O ministério destacou que as vacas eram reverenciadas como deidades celestiais no antigo Egito, onde simbolizavam força, abundância e prosperidade.
No entanto, El Kharadly acredita que, neste caso, os animais eram destinados ao consumo. Ele notou que os ossos de vaca foram descobertos em uma área de silo próxima a um forno, o que sugere que foram cortados e armazenados depois do processo de secagem.
A espada do faraó
A espada de bronze, encontrada em uma sala pequena dentro do quartel, estava posicionada em um local estratégico, o que indica que seu uso era destinado ao combate e não apenas para exibição. Além da espada, os arqueólogos localizaram dois blocos de calcário com inscrições hieroglíficas, um deles associado ao faraó Ramsés II e o outro a um oficial chamado Bay.
Os vestígios do quartel foram encontrados ao longo de uma estrada militar no noroeste do Delta do Nilo, local que possibilitava que as tropas confrontassem invasores vindos do deserto ocidental ou do Mar Mediterrâneo. Segundo Peter Brand, professor de história na , essa descoberta é crucial para entender a estratégia e a logística militar do Egito sob Ramsés II.
Brand acrescentou que outros locais militares construídos pelo faraó já foram descobertos, mas não estavam tão bem preservados quanto este, em entrevista ao site de divulgação científica LiveScience.
Além disso, ele destacou que as evidências de armamentos indicam que o local estava bem armado e possivelmente capaz de produzir armas no próprio quartel. A espada de bronze poderia ter sido dada a um oficial de alta patente como recompensa real.
Fonte: revistaoeste