Pela trajetória e atuação, apenas três brasileiras estão entre as 100 lideranças da nova geração, de acordo com a revista norte-americana Time. As deputadas federais Erika Hilton e Duda Salabert e a ativista Txai Suruí foram capa da edição pelo papel transformador que desempenham.
A lista da Time chama as três de as mulheres mais influentes no mundo, representando líderes em ascensão e do futuro. No caso das brasileiras são três mulheres que passaram por intenso preconceito: uma indígena e duas trans.
Txai Suruí, jovem líder e ativista indígena, recebeu o destaque na categoria “Defensores”. Já as duas deputadas federais trans, Erika Hilton e Duda Salabert, apareceram como destaque na categoria “Líderes”.
Defensora dos direitos humanos
Filha do cacique Almir Suruí, da etnia Paitér Suruí, e da ativista Neidinha Suruí, Txai Suruí foi definida pela Time como personalidade que “possui o tipo de credenciais acumuladas ao longo de uma vida inteira em defesa de direitos humanos”.
Aos 26 anos, Txai é ativista e fundou o Movimento da Juventude Indígena de Rondônia, que mobiliza jovens de seu estado e coordena a Associação de Defesa Etnoambiental – Kanindé.
Esta organização comunitária atua em defesa dos direitos dos povos indígenas.
Txai foi a primeira mulher da etnia dela a ter curso superior. Ela é formada em Direito. A mobilização dela levou o Brasil a responder internacionalmente por não cumprir seus compromissos de emissões no âmbito do Acordo de Paris.
Foi a primeira indígena a ter voz na Cúpula dos Líderes numa COP do Clima– Conferência de Mudanças Climáticas da ONU, em novembro 2021 – n COP26, em Glasgow, na Escócia.
Mulheres trans, força no Congresso
Mulheres trans, Duda Salabert (PDT- MG) e Erika Hilton (PSOL-SP), vêm com uma trajetória repleta de preconceito, discriminação, perseguição e resistência,
Duda e Erika representam um grupo de pessoas alvo de violência no Brasil, que está entre os que mais matam pessoas trans no mundo. Mas as duas são incansáveis.
Antes de entrar para a política, Duda era professora de literatura até 2021, quando foi demitida. Segundo ela, a demissão foi preconceito.
“Ser uma Travesti no Brasil significa ter uma expectativa de vida muito menor do que a média. Significa ter a prostituição, na maioria dos casos, forma única de renda. Significa ser alvo de preconceito todo dia”, afirmou Duda.
Em 2022, Duda foi eleita a primeira mulher trans deputada federal por Minas Gerais. Foi a mais votada entre as mulheres.
“Estamos na luta para ressignificar tudo isso a cada dia e dizer ao mundo que existimos, somos humanas e merecemos dignidade”, escreveu Duda no Instagram.
Com Erika Hilton não foi diferente. Formada em pedagogia e gerontologia, desde cedo atuou no movimento estudantil. Em 2020, foi a vereadora mais votada do Brasil e a primeira trans na ALESP – Assembleia Legislativa de São Paulo.
“É com muito orgulho que, pela segunda vez, faço parte de uma lista da TIME de novas lideranças escolhidas pelo impacto na formação do futuro”, reagiu Erika.
Para Erika, estar na capa da Time carrega muita responsabilidade: “É uma honra e uma responsabilidade fazer parte desse novo imaginário que representa a mudança na sociedade e na representação política”.
Erika é autora do projeto de lei que define quotas para pessoas transexuais nas universidades, por exemplo.
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Edição de estreia
Em 2019, na edição de estreia, a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) foi a única escolhida do Brasil, na categoria Líderes.
Dois anos depois, em 2021, estamparam a capa da revista a cantora Anitta, na categoria Artistas, e então líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e hoje deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), em Líderes.
Outros brasileiros que ocuparam a capa da Time
Erika Hilton na capa da Time: 100 lideranças da nova geração
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Txai Suruí entre as 100 lideranças da nova geração da Time
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Duda Salabert está na capa da Time como destaque da nova geração de lideranças
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Com informações da Conexão Planeta
Fonte: sonoticiaboa