O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, foi reeleito neste domingo, 28. O atual chefe de Estado, que está no poder há 20 anos, disputou o cargo com Kemal Kilicdaroglu, integrante de uma aliança de seis partidos e líder do Partido Republicano do Povo.
Hoje pouco mais de 64 milhões de turcos foram às urnas. Erdogan obteve 52% dos votos, de acordo com dados divulgados pelo Conselho Supremo Eleitoral do país, superando Kilicdaroglu, que chegou a 47%.
Antes mesmo do resultado oficial, Erdogan já havia reivindicado a vitória mais cedo.
Dirigindo-se aos apoiadores, Erdogan disse que os eleitores lhe deram a responsabilidade de governar o país novamente. “Gostaria de agradecer a cada membro de nossa nação que mais uma vez nos transmitiu a responsabilidade de governar a Turquia pelos próximos cinco anos”, disse ele diante de apoiadores na frente de sua casa.
No primeiro turno da eleição, há duas semanas, Erdogan, com 49% dos votos e Kilicdaroglu, com 44%, já haviam polarizado a disputa, mas o presidente teve um resultado aquém do mínimo necessário para liquidar a fatura.
Rival de Erdogan promete continuar a luta até que haja “democracia real”
O candidato presidencial Kemal Kilicdaroglu disse hoje que continuará a lutar pela “democracia real” na Turquia.
“Nesta eleição, a vontade do povo de mudar um governo autoritário ficou clara, apesar de todas as pressões”, declarou Kilicdaroglu na sede do partido.
Embora o discurso apontasse para a vitória de Erdogan, Kilicdaroglu não admitiu abertamente a derrota. No entanto, ele disse que o que “realmente me deixa triste são os dias difíceis que temos pela frente para o nosso país”.
País vive crise
Erdogan representa uma Turquia muçulmana, conservadora e orgulhosa de seu passado otomano.
O país vive uma séria crise econômica provocada pela disparada da inflação. Em outubro de 2022 a taxa chegou a 85%, o que tirou confiança de uma parte dos eleitores de Erdogan.
Ele chegou ao poder em 2003, como primeiro-ministro, e se tornou o presidente em 2014, ampliando os poderes do cargo a partir de uma reforma constitucional três anos depois. Ele foi reeleito em 2018.
Fonte: revistaoeste