Em nota, a Representação Central Ucraniano Brasileira pediu apoio do governo brasileiro para condenar a invasão da Rússia à Ucrânia. A destruição recente da barragem da Usina Hidrelétrica de Nova Kakhovka gerou uma nova manifestação da entidade.
O rompimento do reservatório inundou casas e deixou mais de 1.000 pessoas desalojadas. Os representantes da comunidade ucraniana no Brasil querem que o governo participe da criação de um Tribunal especial para julgar os crimes de guerra russos.
Leia a nota na íntegra:
A Representação Central Ucraniano Brasileira vem apelar ao Governo e ao Povo brasileiro para condenar os atos terroristas da Rússia no território da Ucrânia no mais recente ataque e destruição do reservatório da Usina Hidrelétrica de Kakhovska.
A comunidade ucraniana brasileira, composta por aproximadamente 600.000 descendentes de ucranianos, vem condenar a cruel agressão russa à Ucrânia e chamar o povo brasileiro a dar o apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia.
A agressão militar russa tem caráter terrorista e genocida, pois seus mísseis atingem cidades, escolas, igrejas, moradias e a infraestrutura fundamental para a vida do povo. Essa ação contra a Nação ucraniana não é uma agressão somente ao povo ucraniano, ela atinge os fundamentos da Carta das Nações Unidas que é a busca da paz e da não agressão, da convivência pacífica dos povos e a solução pacífica dos conflitos. Esse ato militar da Rússia contra a Ucrânia atinge toda a humanidade. O Brasil deve agir para cessar a agressão.
A agressão militar russa e suas formas verificadas viola todos os princípios e artigos do Estatuto de Roma, reconhecido pelo Brasil pelo Decreto n.º 4.388 de 25 de setembro de 2002, pois a Rússia cometeu o crime de agressão, seus dirigentes e soldados cometem crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio. O Brasil deve participar para a criação de um Tribunal especial para condenar os criminosos e obrigar a Rússia a compensar o povo ucraniano pela destruição da infraestrutura e o meio ambiente.
O atual ataque a Usina Hidrelétrica de Kakhovska, com a consequente diminuição do nível da água do reservatório de Kakhov, põe em perigo a infraestrutura da ocupada Usina Nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa e atinge a produção agrícola além de povoados e residências.
Frente a atual situação, mais que nunca, deve prevalecer a assertiva de Desmond Tutu: “Se você fica neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado do opressor”
Curitiba, 06 de junho de 2023
VITORIO SOROTIUK
Presidente da Representação Central Ucraniano Brasileira
Fonte: Veja