O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebe nesta quarta-feira, 26, o líder sul-coreano, Yoon Suk Yeol, para aprofundar a colaboração destinada a impedir a escalada nuclear da Coreia do Norte. A visita de Estado ocorre em meio a crescentes tensões sobre o crescente arsenal de mísseis e bombas nucleares do regime de Kim Jong-un.
Além de toda pompa e circunstância com as quais a Casa Branca pretende cercar Yoon, a primeira visita oficial de um líder da Coreia do Sul aos Estados Unidos em mais de uma década envia um alerta ao líder norte-coreano.
Espera-se que os dois cheguem a um acordo ainda nesta quarta-feira sobre uma nova “Declaração de Washington”, que, de acordo com um briefing de autoridades americanas, dará à Coreia do Sul informações detalhadas e voz no planejamento de contingência americano para impedir e responder a qualquer incidente nuclear na região. Isso deve ocorrer por meio do Grupo Consultivo Nuclear EUA-Coreia do Sul.
Embora os aliados afirmem que a diplomacia com a Coreia do Norte é a melhor solução, Washington planeja implantar uma tecnologia militar imponente, incluindo um submarino com mísseis balísticos na Coreia do Sul. Será a primeira ação submarina desde a década de 1980, segundo briefing de autoridades americanas.
As autoridades enfatizaram que a Coréia do Sul continuaria sem controle sobre o arsenal nuclear dos Estados Unidos. Segundo um alto funcionário americano disse à agência de notícias Reuters, “isso segue o modelo do que fizemos com os aliados europeus durante o auge da Guerra Fria, em períodos semelhantes de potencial ameaça externa”.
Os Estados Unidos ressaltaram que estão informando a China com antecedência sobre as etapas, na tentativa de aliviar o relacionamento tenso na região.
A viagem de seis dias de Yoon ocorre em meio è celebração de 70 anos de aliança entre Washington e Seul. Na terça-feira, Yoon e sua esposa Kim Keon Hee se juntaram à vice-presidente Kamala Harris para uma visita a um centro da NASA para discutir a cooperação em questões espaciais. Mais tarde, ele visitou o Memorial da Guerra da Coreia com Biden.
Nesta quarta-feira, Yoon será homenageado com uma cerimônia elaborada e um jantar na Casa Branca, servido por um chef americano cuja mãe emigrou da Coreia. Esta é a segunda visita de Estado que Biden recebe desde que assumiu o cargo, há dois anos – o primeiro convidado foi o presidente da França, Emmanuel Macron.
Apesar de toda a extravagância, a visita de Yoon ocorre em um momento de grande tensão na Coreia do Sul, preocupada em se proteger contra ataques da Coreia do Norte. Uma pesquisa divulgada em 6 de abril pelo Instituto Asan de Estudos Políticos em Seul constatou que 64% dos sul-coreanos apoiam o desenvolvimento de armas nucleares, com 33% contra.
Washington também busca, por meio de Yoon, uma reaproximação com o Japão, o outro importante aliado dos Estados Unidos no nordeste da Ásia, e na onda de investimentos coreanos em tecnologia americana. Segundo dados oficiais, o montante agora se aproxima de US $ 100 milhões.
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Fonte: Veja