O ditador Nicolas Maduro foi declarado vencedor da eleição presidencial pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela neste domingo, 28. O CNE é o órgão eleitoral do país, controlado pelo chavismo.
As autoridades de algumas áreas de votação se recusaram a divulgar a contagem eletrônica dos votos em papel, e houve relatos generalizados de fraude e intimidação dos eleitores.
Temor do retorno à instabilidade na Venezuela
O governo anunciou que Maduro venceu seu opositor, Edmundo González Urrutia, por uma margem de 7 pontos porcentuais. O resultado gerou preocupações no país, que recentemente dava sinais de recuperação de uma das crises econômicas mais graves da história moderna.
Os resultados anunciados pelo Conselho Eleitoral controlado pelo governo variaram em até 30 pontos porcentuais em relação à maioria das pesquisas públicas e à amostra de resultados da oposição obtida diretamente dos centros de votação. Além disso, houve muitos relatos de grandes irregularidades e problemas nesses centros de votação.
A líder da oposição, María Corina Machado, que liderou a campanha de González, chamou os resultados de “impossíveis” na manhã desta segunda-feira, 29.
Há temores de que os apoiadores da oposição possam protestar nas ruas contra o resultado, o que poderia levar a um novo período de agitação política, semelhante aos de 2014, 2017 e 2019, quando as forças de segurança leais a Maduro usaram força letal para reprimir as manifestações.
Autoridades de diversos países das Américas, incluindo os Estados Unidos, expressaram dúvidas quanto aos resultados anunciados, aumentando a probabilidade de que o novo mandato de Maduro não seja amplamente reconhecido no exterior.
Depois de uma campanha marcada por prisões de funcionários da oposição, intimidação e supressão de votos, a oposição se empenhou em monitorar a contagem de votos.
Contudo, na manhã de segunda-feira, 29, a campanha de González revelou que só conseguiu obter 40% das apurações. Muitos fiscais foram impedidos de entrar nos locais de votação ou enfrentaram resistência das autoridades eleitorais, o que dificultou a comprovação de possíveis fraudes.
Resultado de eleição pode ser desastroso para a economia
Depois de anos de luta contra Maduro e seu predecessor, Hugo Chávez, empresários da Venezuela e investidores estrangeiros começaram a se reconciliar com o governo nos últimos anos.
As sanções dos forçaram Maduro a abandonar políticas extremas, como controles de preços e moeda. O setor privado ganhou mais importância, e a hiperinflação e criminalidade diminuíram ligeiramente.
O apoio crescente do setor privado gerou esperança de que um resultado confiável pudesse manter essas melhorias e levar a um acordo político.
No entanto, os resultados duvidosos das eleições podem comprometer esse progresso e desencadear novas sanções internacionais, o que ameaça novamente a economia do país.
Fonte: revistaoeste