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Descubra o Futuro do Oceano Pacífico: Para onde ele está indo?

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Antes do encerramento do ano, o National , departamento governamental dos Estados Unidos para questões meteorológicas, atualizou o estado do Oceano Pacífico. O órgão analisou as informações das últimas quatro semanas de 2024. A atividade operacional padrão envolveu observar as temperaturas da superfície do mar (TSM) e as camadas em profundidade de até 300 metros. A ideia era estabelecer um prognóstico sobre qual sinal o Pacífico tropical irá seguir: El Niño, La Niña ou neutro.

Na ocasião, o quadro presente foi descrito como uma condição neutra. As TMS na faixa equatorial do mar estão próximas dos valores médios comumente verificados nos setores oeste e central do oceano. Essa situação tende a permanecer até março, com uma leve tendência a se estabelecer um quadro de La Niña somente no trimestre de março-abril-maio.

Em 2024, a distribuição das TSM no Pacífico tropical estiveram acima da média em grande parte dos setores leste e central até abril, antecedente às grandes catástrofes ocorridas no Sul do Brasil. Pouco antes, por volta do fim de março, as TSM estiveram dentro da média ou levemente abaixo desta no setor oeste, expandindo-se lentamente pelos meses para o setor leste, encerrando o quadro de El Niño, embora tenha contribuído para a elevação das médias globais de temperatura do ar, não foi sequer um dos maiores quando comparados com outras ocorrências.

Na análise do NOAA no fim do ano, envolvendo os “setores Niño de 1 a 4”, os valores das anomalias em relação as suas respectivas médias se apresentaram todos abaixo de zero. O setor Niño 1+2 (mais próximo da América, Pacífico leste) registrou anomalia de apenas -0,2oC. O Niño 3, um dos mais extensos que cobre do leste até o centro do Pacífico, apresentou –0,5oC. Enquanto isso, o Niño 4, que vai do centro ao oeste, apresentou anomalia de –0,4oC. Contudo, o setor mais importante representado pela combinação do Niño 3 e 4, o valor chegou a –0,8oC.

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Setores Niño De Monitoramento Das Tsm E Perfis De Água No Oceano Pacífico Tropical. O Setor Niño 3.4 Define O Estado Da Condição Enos–La Niña | Foto: Reprodução/Noaa

Os valores podem ser indicativos de um possível estado de La Niña se caracterizando mais adiante, no meio do ano de 2025, com a estabilização de uma apófise de águas superficiais mais frias no setor tropical do Pacífico. No entanto, a análise ainda precisa verificar qual padrão vai se estabelecer em profundidade, até cerca de 300 metros. A avaliação realizada nas últimas quatro semanas do ano indicaram a neutralidade da situação atual, com a camada superior do Pacífico tropical apresentando calor pouco abaixo da média e o índice de inclinação da termoclina (a segunda camada oceânica da superfície em sentido ao fundo), que teve um valor ligeiramente acima da média.

E o Brasil?

Para o , a situação de neutralidade de El Niño–Oscilação Sul e La Niña (Enos–La Niña) deixa os quadros meteorológicos à mercê das condições estabelecidas pelas TSM do Atlântico, o posicionamento do anticiclone semipermanente do Atlântico sul e das passagens frontais, com ou sem . Por se tratar do período de verão, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) também marca sua presença.

Em muitas regiões cujo início do ano hidrológico se dá em meados de setembro, as chuvas se distribuíram bem por vários Estados, não permanecendo fechados no costumeiro corredor noroeste-sudeste do Amazonas aos Estados da Região Sul do Brasil, o que favoreceu enormemente a recarga da maior parte das bacias hidrográficas do país. Tal condição foi rapidamente favorecida pelo afastamento do anticiclone semipermanente do Atlântico sul, que se enfraqueceu bastante sobre a área continental, permanecendo mais tempo sobre o oceano. Isso deve permanecer até meados de fevereiro, permitindo que as chuvas avancem e continuem a se distribuir bem desde o Sul até a faixa litorânea do Nordeste.

O Oceano Atlântico tropical ainda apresenta TSM acima da média. Aparentemente, a temporada de ciclones tropicais do Atlântico norte não consumiu toda a energia disponibilizada para a formação de sistemas e, mesmo com a temporada anterior sendo prognosticada para ser acima da média, ela não foi excepcional. Agora, com a ZCIT deslocada para o Hemisfério Sul e o Oceano Atlântico com TSM elevadas, há grande quantidade de umidade entrando na faixa continental tropical do Brasil, de leste para oeste, passando sobre o setor amazônico e, depois, tomando o sentido noroeste-sudeste costumeiro, mas muito mais distribuída, atingindo boa parte dos Estados da Região Centro-Oeste.

Esse quadro geral deve perdurar até fim de janeiro e se estender por fevereiro, com pequenas mudanças regionais. O importante é que as bacias dos principais Estados geradores de energia hidrelétrica terão uma recomposição significativa. Entrementes, continuamos a observar a inoperância proposital das ações de prevenção no tocante à retomada dos processos de dragagem e limpeza de várias calhas dos mais importantes rios dos Estados da Região Sul, especialmente aqueles mais propícios às enxurradas, enchentes e inundações.

A inércia parece ser proposital em atuar nas obras de infraestrutura e prevenção, enquanto implantam sistemas de alerta antecipado que mais causam pânico do que ajudam a população. Será o temor psicológico das “mudanças climáticas”? Certamente, continuaremos a acompanhar esses próximos meses, pico do ano hidrológico em várias regiões do Brasil.

Sobre o Pacífico

Enquanto isto, a situação do Pacífico permanecerá com pouca definição até o fim do primeiro semestre de 2025. O setor Niño 3.4, onde se observa o índice que define a situação Enos–La Niña, os valores prognosticados para o trimestre fevereiro-março-abril indicaram neutralidade. Lembramos que valores de anomalias desse setor que estiverem iguais ou abaixo de –0,5oC caracterizam La Niña, enquanto que valores iguais ou acima de 0,5oC são condições de El Niño.

O prognóstico da neutralidade tendeu a aumentar a probabilidade do estado neutro permanecer até o trimestre abril-maio-junho, sendo o seu ápice em quase 70% de chances de permanecer. Continuaremos monitorando o estado do Oceano Pacífico e noticiando as informações por aqui.

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Gráfico De Histograma Das Probabilidades De Ocorrência Da Condição Enos–La Niña Em Grupamentos Trimestrais | Foto: Reprodução/Noaa

Fonte: revistaoeste

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