Uma equipe de pesquisadores descobriu uma espécie de animal que viveu Brasil há mais de 230 milhões de anos. Realizada por cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a pesquisa foi publicada na revista The Anatomical Record, em 29 de maio.
Batizado de Santagnathus mariensis, o traversodonte chegou à extinção no período Jurássico. O fóssil estava na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Um morador o encontrou e o doou à UFRGS.
“O doador era um entusiasta da paleontologia”, explicou Maurício Rodrigo Schmitt, doutorando da UFRGS e líder da pesquisa. “É um projeto incrível, um material muito bom. A gente não precisou fazer nada de físico no fóssil, foram só comparações.”
Animal que viveu no Brasil ainda é “mistério”
Para a identificação de uma nova espécie, Schmitt informa ser preciso observar diferentes características, principalmente, a partir do crânio. “Se determinarmos que os fósseis têm características distintas o suficiente, conseguiremos uma espécie nova”, disse o pesquisador.
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A partir da identificação da nova espécie, espera-se reunir mais ossos do animal, para definir sua forma em vida e comportamentos.
No fim do período Triássico, estima-se que o início da separação dos continentes tenha causado um aumento na erupção vulcânico e um processo extremo de mudanças climáticas, no que resultou na extinção em massa de diversos animais.
Nenhum animal vivo conhecido está diretamente relacionado ao espécime encontrado. Até agora, os cientistas sabem apenas a respeito de sua alimentação, com base na morfologia dos dentes, que revela uma dieta herbívora. Nem mesmo a forma de reprodução pode ser confirmada.
“O mais aceito até agora é que eles colocavam ovos”, disse Schmitt. “Os mamíferos mais antigos que conhecemos, como o ornitorrinco, colocam ovos. Então, podemos supor que os animais que vieram antes deles também se reproduziam assim.”
Acredita-se que o animal tinha até 1,5 metro de comprimento e massa de 9 a 16 quilos.